| 02/06/2009 17h27min
Diante do impasse criado pelos partidos da base de apoio ao governo, com a indefinição dos nomes que ocuparão os cargos de presidente e relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado, os partidos de oposição ameaçaram recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar a instalação da CPI.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), autor do requerimento de criação da comissão e um dos membros titulares, disse que esperará até o próximo dia 10 para que a instalação definitiva da CPI ocorra. Se isso não ocorrer, a ideia é recorrer ao Judiciário.
— Se houver obstrução (dos governistas), temos que produzir iniciativas de natureza judicial para fazer valer o direito da minoria de instalar a CPI — afirmou.
— Já há jurisprudência. O STF já se manifestou que as CPIs são um direito constitucional das minorias e a maioria não pode cercear esse direito. Vamos fazer valer esse direito — garantiu Dias.
O presidente do
PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), pregou um
discursos mais ameno, apostando que a manobra da base aliada do governo para impedir a instalação da CPI da Petrobras, nesta terça-feira, prejudica a imagem do governo.
— Hoje, eles inventaram um pretexto. Amanhã, eles podem inventar outro. Mas, no terceiro pretexto, todos vão perceber que é um pretexto e ninguém é tolo. Não somos tolos nós nem o povo — argumentou Guerra.
O tucano ainda descartou qualquer possibilidade de acordo com a base do governo no Senado para devolver a relatoria da CPI das organizações não-governamentais (CPI da ONGs) ao senador Inácio Arruda (PCdoB-CE).
— As duas CPIs são importantes e o senador Heráclito Fortes (presidente da CPI das ONGs) agiu conforme o regimento. Devemos cuidar de uma e outra (separadamente) — disse Guerra.