| 28/05/2009 11h45min
A Petrobras tem sido objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pode complicar os esforços do governo para garantir mais receita aos programas sociais proveniente dos campos de petróleo em águas profundas, que se espera transformem o país em uma potência mundial de energia. A informação foi publicada na edição desta quinta-feira do jornal americano The New York Times.
O Senado brasileiro votou na semana passada a instalação de investigação sobre se a Petrobras evitou pagamentos fiscais e criou contratos ilegais. A votação foi selada por senadores que se opõem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A CPI pode se arrastar por vários meses, aponta o periódico, e causaria embaraço ao governo Lula. Também poderia ser prejudicial à chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, possível candidata para sucedê-lo nas
eleições presidenciais do próximo
ano.
— A grande questão agora é saber se o governo tem tempo suficiente para concluir a reforma da lei do petróleo antes de Lula deixar o poder — disse Marcos Tavares, diretor da Gas Energy, consultoria energética baseada em Porto Alegre.
Lula diz que pretende utilizar mais as receitas do petróleo para criar fundos para programas sociais. Ele chamou a CPI de "irresponsável" e "antipatriótica", sobretudo em um momento como o da crise econômica mundial.
O chefe-executivo da Petrobras, José Sergio Gabrielli, destacou que a investigação teve motivação política e argumentou que "não irá prejudicar a Petrobras ou seus investimentos." Acrescentou que "infelizmente, fazer manchetes negativas afeta a imagem da empresa".
A investigação centra-se em contratos de licitação e pagamentos fiscais. A empresa já demitiu dois funcionários e três outros foram punidos por seu envolvimento em irregularidades em licitação, ressaltou Lucio Mena
Pimentel, porta-voz da Petrobras.