| 29/05/2009 18h56min
Criadores de suínos reclamam de queda na rentabilidade com a produção. De acordo com setor, principal problema é a baixa nos preços pagos pela indústria.
Dados da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) mostram que o preço da carne não ultrapassa R$ 1,70 real, quando os custos de produção chegam a dois reais por animal. Segundo a entidade, a desvalorização do produto não está relacionada aos reflexos da gripe A ou da crise econômica, que teve impactos negativos no comércio internacional. Para retomar os valores do produto, o setor aposta no mercado doméstico, que precisa ser estimulado para consumir mais.
— Hoje, dos 13 kg consumidos por pessoa, 3,4 são de carne suína in natura, se crescermos 1 kg per capita por ano, nós teríamos 200 mil toneladas de consumo adicional — disse o presidente da ABCS, Rubens Valentini.
O ministro da Agricultura embarcou no final desta semana para a Rússia com a missão de negociar o aumento das cotas de exportação de suínos e frangos. Só em carne suína o volume exportado pelo Brasil alcançou 530 mil toneladas no ano passado e agora há um excedente de produção de 50 mil toneladas. Para o setor produtivo, governo e indústrias precisam investir no mercado externo, sem deixar de lado o consumidor brasileiro.
— Não é razoável, lógico e inteligente negligenciar o mercado doméstico. Por que empresas brasileiras que exportam colocam lá fora cortes nobres, carne moída e aqui é preciso comprar pernil? — indaga Valentini.
Os criadores também temem que a negociação com as indústrias possa sofrer impactos depois da criação da Brasil Foods, resultado da fusão entre Perdigão e Sadia. Segundo os produtores, a união é positiva para a competitividade internacional da carne brasileira, mas a falta de regras claras sobre o reflexo da concentração de mercado preocupa.
Alguns produtores do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina prometem fazer mobilizações na próxima semana para chamar atenção sobre a queda dos preços da carne suína no país.
CANAL RURAL