| 28/05/2009 19h27min
A possível abertura para importação de gado paraguaio para abate em um frigorífico instalado no em Mato Grosso do Sul é alvo de protesto da classe produtora. Os pecuaristas apontam que a medida vai contra as determinações da Zona de Alta Vigilância Sanitária, implantada na região de fronteira. Já o governo afirma que a medida não ameaça a condição sanitária do Estado.
A reativação de um frigorífico em Porto Murtinho (MS) reacendeu um antigo debate: a possibilidade de importar gado do Paraguai para o abate no Brasil. As autoridades do Estado entendem que apenas o rebanho existente na região não é suficiente para atender a demanda da indústria, que trabalharia com a capacidade reduzida, gerando uma oferta de emprego menor que a esperada.
Para autorizar a entrada de gado paraguaio, além da aprovação do governo local é necessária uma autorização do Ministério da Agricultura, certificando que a importação não traria riscos sanitários para o rebanho brasileiro. Porém, antes mesmo do início das negociações, a classe produtora reagiu e protestou contra a medida.
– Esta medida não é interessante para os pecuaristas de MS, já que poderia colocar em risco a sanidade animal do Estado – afirma o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande (MS), José Lemos Monteiro.
– Este não é o momento para esta liberação, já que a ZAV foi implantada e ainda deve perdurar por mais alguns meses. Seria melhor esperar uma definição sobre ela antes de liberar a entrada de gado paraguaio– diz o pecuarista Laucídio Coelho Neto.
O presidente da Comissão dos Municípios de Fronteira, Luiz Carlos Pantalena, condenou a possível abertura que, segundo ele, é completamente contrária aos interesses do Estado de ampliar a segurança sanitária na região. Ainda segundo Pantalena, a medida traria prejuízos para os pecuaristas, já que com a maior concorrência para atender a indústria, o preço do gado poderia ser reduzido.
No Paraguai, a seca também comprometeu o desenvolvimento dos rebanhos. A oferta de animais é grande e a arroba está sendo comercializada a R$ 50,00 em média, valor bem abaixo do praticado no Brasil. De acordo com os pecuaristas, isso penalizaria os produtores que estão na Zona de Alta Vigilância Sanitária, onde a comercialização de gado já é feita sob regras específicas. O governador André Puccinelli rebateu às críticas.
– Os produtores não tem nada que protestar, se quiserem é só levar o gado para abater em Porto Murtinho.
CANAL RURAL