| 21/05/2009 14h54min
Representantes do PSDB detalharam na tarde desta quinta-feira a arrecadação da sigla para a campanha de Yeda Crusius para o governo do Estado em 2006. Na sede do partido, no bairro São Geraldo, zona norte da Capital, o ex-tesoureiro da campanha Rubens Bordini e o ex-presidente estadual da legenda Bercílio Silva mostraram o conteúdo de documentos que foram entregues ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) naquele ano. Segundo os tucanos, os números comprovam a licitude na arrecadação.
No relatório apresentado, constam os R$ 200 mil doados por uma empresa fumageira que, segundo a revista Veja, não haviam sido contabilizados na prestação de contas da sigla. O PSDB também afirma que os R$ 25 mil, que teriam sido arrecadados pelo vice-governador, Paulo Feijó, junto a uma concessionária de veículos, nunca teriam chegado ao partido e por isso não foram contabilizados. O deputado Claudio Diaz (PSDB) afirmou que é Feijó quem deve se manifestar sobre o
assunto:
— Quem tem que dar justificativa sobre isso é o vice-governador. Se ele fez ilícito, que se responsabilize.
Bordini disse que mandava e-mails para Feijó pedindo dinheiro. Também confirmou encontros com Feijó para tratar do assunto. Indagado se podia garantir que não surgirão novos e-mails indicando caixa 2, o ex-tesoureiro disse que não tinha como garantir isso porque os e-mails são de Feijó e ele podia contar a história que quisesse sobre as mensagens.
Durante o pleito, segundo os dados, o total arrecadado chegou a mais de R$ 6,2 milhões, compatível com as despesas com a campanha de 2006, de acordo com o partido. Depois da eleição, nos dias 27, 28 e 29 de novembro daquele ano, foram arrecadados outros R$ 610 mil, o que é permitido por lei. Destes R$ 610 mil, R$ 596 mil foram doados à campanha. No montante recebido por último, estão os R$ 200 mil doados por uma empresa fumageira.
— Por precipitação de uma revista de veiculação
nacional, eles não computaram que o
partido pudesse arrecadar nesse período pós eleitoral. E pode. Tanto pode que fez . É uma imoralidade, uma falta de respeito o que fizeram com o PSDB gaúcho e com a Yeda — afirmou Diaz.
Ontem, o deputado estadual Coffy Rodrigues chegou a cogitar o pedido de impeachment de Feijó. Sobre o assunto, Diaz afirmou que o partido não deve tomar decisões em cima de boatos:
— Para ser feito (o pedido de impeachment) tem que se ter subsídio e materialidade suficiente.
Confira o termômetro da CPI: quem apoia, quem está dividido e quem não quer
Entenda a crise no governo de Yeda Crusius:
Da esquerda p/ a direita: o assessor jurídico Enoc Guimarães, o ex-presidente estadual do PSDB, Bercílio Silva, o ex-tesoureiro da campanha, Rubens Bordini, e o deputado Claudio Diaz (PSDB)
Foto:
Genaro Joner