| 18/05/2009 03h07min
Contratado pela governadora Yeda Crusius para defendê-la em um processo contra a Veja, o advogado Eduardo Alckmin deu a entender ontem que o e-mail no qual o vice-governador, Paulo Afonso Feijó, fala de uma quantia recebida e não declarada na campanha pode ter sido forjado.
– Construção de e-mail é a coisa mais fácil do mundo – afirmou Alckmin.
Em sua última edição, a Veja mostrou uma troca de mensagem entre Feijó e Rubens Bordini, tesoureiro de campanha de Yeda. Nela, o vice-governador diz ter recebido R$ 25 mil “em cash” da concessionária Simpala. O dinheiro não apareceu na prestação de contas da candidata.
Sobre o assunto, o advogado também lembrou a má relação de Feijó com a governadora:
– Temos aí um e-mail relacionado a uma pessoa que notoriamente não nutre boas relações com a governadora. Além disso, o e-mail em si não prova nada. É necessário verificar os fatos como eles realmente ocorreram. São necessárias outras provas
para demonstrar o fato que se afirma.
Em
nome de Yeda, Alckmin deve ingressar amanhã, em São Paulo, com a ação contra a revista. Segundo o advogado, será pedida indenização moral “pelo conjunto da obra”, que inclui duas reportagens e uma carta do editor.
– Vamos pedir ao Judiciário que examine toda essa série de ofensas que se comete contra a honra da governadora. Porque primeiro se faz uma acusação quase peremptória sobre a existência de um caixa 2, e então o editor, em carta aos leitores, cumprimenta o seu repórter porque conseguiu desvendar um caixa 2, como se efetivamente isso fosse um fato já absolutamente posto – acrescentou Alckmin.
Indicado por outro advogado, Eduardo Ferrão, Alckmin esteve com a governadora na sexta-feira, ainda antes da nova reportagem de Veja. Ele não quis comentar valores pretendidos na ação, mas frisou:
– O juiz arbitra o valor em função de uma série de parâmetros. O primeiro parâmetro é a gravidade da ofensa. O segundo é a capacidade econômica do ofensor. Tem
que ser uma sanção razoável para que
outros fatos como esse não se repitam.
O advogado Eduardo Alckmin deu a entender ontem que o e-mail no qual Paulo Afonso Feijó fala de uma quantia recebida e não declarada na campanha pode ter sido forjado
Foto:
Antônio Paz, Palácio Piratini, Divulgação