| 19/05/2009 04h45min
Idealizadora da proposta de CPI para investigar o Executivo, a deputada estadual Stela Farias (PT) admitiu ontem a possibilidade de excluir suspeitas de caixa 2 das investigações a fim de assegurar apoio do PDT ao requerimento da comissão.
A bancada pedetista deverá anunciar hoje seu apoio – essencial para a proposta alcançar as 19 assinaturas necessárias para a instalação da CPI. Se a hipótese cogitada por Stela for aceita, suspeitas de irregularidades na campanha da governadora Yeda Crusius em 2006 ficariam de fora dos trabalhos da comissão. O foco dos deputados ficaria restrito aos delitos envolvendo dinheiro público. Caberia à Justiça Eleitoral investigar eventuais irregularidades durante a corrida ao Piratini.
Com esse foco, dos quatro itens elencados no requerimento apresentado pela oposição – supostos desvios de recursos, fraude à lei de licitações e atos de improbidade levantados pela Operação Solidária, da Polícia Federal (PF), conexões dessa operação com a CPI
do Detran, suposta
interferência irregular na gestão do Detran e procedência das denúncias levantadas pelo PSOL –, ficariam de lado as denúncias de crime eleitoral, inclusive as que partiram do vice-governador Paulo Feijó no final de semana.
– A tendência é pela aprovação da CPI. Nossa decisão será unânime. Mas vamos melhorar o requerimento. Se tivermos de apoiar do jeito que está, o faremos com ressalvas e advertências. Do requerimento atual, a parte da Operação Solidária é a mais lúcida – afirma o presidente regional do PDT, Romildo Bolzan Jr.
Para autora de proposta, caixa 2 perpassará comissão
Até aí, nenhum obstáculo, de acordo com Stela, que presidirá a investigação se a CPI sair do papel.
– Já tínhamos a informação de que o PDT estaria focando mais naquilo que é competência da Assembleia, até porque não é nossa competência investigar caixa 2 – diz Stela.
A deputada não descarta, contudo, que a questão do
caixa 2 perpasse uma eventual CPI:
– Vamos juntar os assessores
jurídicos (dos partidos) para não sairmos daquilo que é nossa responsabilidade, mas também para não castrarmos algo que podemos fazer no âmbito da Assembleia.