| 18/05/2009 19h25min
O presidente Lula está na China com o objetivo de aumentar o comércio e também vender produtos de maior valor agregado ao país mais populoso do mundo. As carnes e o etanol brasileiros estão na pauta de negociações.
Neste ano, a China se tornou o principal consumidor dos produtos brasileiros, superando os Estados Unidos. De janeiro a abril as vendas cresceram 64% em relação ao mesmo período de 2008. O problema é que o país asiático concentra as compras em produtos básicos: soja em grão, minério de ferro e petróleo correspondem a 77% do que o Brasil exporta para os chineses.
Com uma previsão de crescimento econômico de 8% para este ano, há espaço para que o país mais populoso do mundo passe a comprar produtos mais diversificados: carnes e álcool estão na pauta de negociações da missão que está na China sob o comando do presidente Lula.
Para o doutor em Relações Internacionais, Carlos Eduardo Vidigal, o etanol tem apelo por ser um combustível limpo.
– Existe a possibilidade ainda mais que a China tem se tornado um dos principais alvos da opinião pública mundial quanto à agressão ao meio ambiente.
Outra prioridade é abrir o comércio de carnes.
– Na prática, carnes de aves e bovinos eram para estar resolvidos, mas a gente sabe que as exportações seguem um ritmo lento. As carnes de suínos, as negociações estão mais atrasadas. A China é o principal mercado do mundo com 40 por cento do mercado mundial e um grande mercado para o Brasil – afirma o economista da Gerência de Mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marcos Matos.
Mas segundo analistas, a missão de três dias não deve trazer grandes resultados, já que ministros considerados importantes para o avanço das exportações, como o da Agricultura e o da Fazenda, não fazem parte da comitiva. De concreto mesmo é a expectativa de elaboração de um documento com propostas de comércio entre os dois países para longo prazo, no período de 2010 a 2014.
– É importante lembrarmos que o foco da China não é o Brasil. As relações com os EUA, países asiáticos, europeus vêm antes. Então se outros fornecedores forem uma melhor opção estratégica para a China, o Brasil poderá ficar com algumas dificuldades – afirma Vidigal.
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