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 | 05/05/2009 19h11min

Suinocultores querem flexibilidade na liberação de crédito

Cerca de 50 mil toneladas de carne suína deixaram de ser exportadas no final do ano passado

Atualizada às 20h13min Letícia de Oliveira | Brasília (DF)

A preocupação dos produtores de suínos com a redução no consumo de carne foi parar no Senado Federal. Porém, segundo as próprias lideranças do setor, a nova gripe parece ser o menor de todos os problemas.

As 50 mil toneladas de carne suína que deixaram de ser exportadas no final do ano passado, ainda estão pelos supermercados. A oferta maior do que a procura fez o preço cair e, o produtor, que já estava recebendo 20% menos, agora tem mais um motivo para se preocupar.

— Na última semana, não se ouve mais falar em novos pedidos. As pessoas passam pelas gôndolas de supermercado, na frente da carne suína, se lembram da gripe e acabam não comprando — disse o vice-presidente da Comissão Nacional de Suinocultura (CNA), Enori Barbieri.

O medo de que o consumo caia no mercado interno se soma a uma outra preocupação dos produtores. Nem eles, nem as indústrias estão conseguindo acessar o crédito prometido pelo governo para tocar a produção.

— Não apareceu dinheiro. Desde dezembro que eu vou ao BNDES, vou ao Banco do Brasil e não vejo os nossos associados conseguindo contratar nada. O governo não tem que ser perdulário, emprestar pra qualquer um, mas o governo tem que ter regras que permitam que se contratem os recursos — afirmou o presidente da Associação da Indústria de Carne Suína, Pedro de Camargo Neto.

Os produtores reclamam da rigidez dos bancos para liberar os financiamentos e do excesso de garantias exigidas. O setor também quer a prorrogação das dívidas, que só em Santa Catarina, maior estado produtor, já chegam a R$ 158 milhões. A Comissão de Agricultura pretende, ainda este mês, convocar os representantes do sistema financeiro para tentar uma solução.

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