O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que não há prazo para que o governo reduza o preço do óleo diesel. Após encontro com o presidente Lula, ele afirmou que a redução no preço do diesel só deve sair em três ou quatro meses. Ainda falta definir de onde sairá o corte para a redução dos preços.

Lobão confirmou a criação de um grupo de trabalho para avaliar a viabilidade da redução nos preços. Segundo ele, a Petrobras sofreu prejuízos na época em que a cotação do barril de petróleo esteve próxima de US$ 150. Por isso, devem ser feitos cálculos para saber se as perdas já foram recuperadas.

Atualmente o petróleo está próximo de US$ 50 o barril. A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, criticou a demora do governo federal em definir a redução no preço dos combustíveis. Ela disse que o agronegócio não pode esperar até que os estudos estejam concluídos e as medidas implementadas. Kátia Abreu afirmou que há espaço para redução de 20% a 23% nos preços no mercado interno.

Um estudo recém concluído pela CNA mostra que o setor agropecuário demanda anualmente cerca de sete bilhões de litros diesel, o que representa 16% do consumo nacional, estimado em 40 bilhões de litros. De acordo com os analistas da entidade, da porteira para dentro o consumo de diesel depende do tipo de cultura e da tecnologia da máquina e implementos utilizados.

O algodão é a cultura com maior demanda. Em Mato Grosso, o consumo passa de 183 litros por hectare (183,47 litros por hectare). A soja, também no Mato Grosso, demanda 45 litros por hectare e o milho, 34 litros por hectare. A pesquisa da CNA mostra ainda que, comparando os preços praticados nas safras 2007/08 e 2008/09, o aumento foi de mais de 16%. O preço médio pago pelos produtores na safra 2007/08 atingiu R$ 1,85 por litro, enquanto na safra 2008/09 chegou a R$ 2,10. O gasto do setor com combustíveis atingiu cerca de R$ 12,9 bilhões na safra passada e pouco mais de R$ 15 bilhões na safra atual (R$ 15,1 bilhões).