| 08/04/2009 13h33min
A Sadia, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não vai comentar a declaração feita pelo seu ex-diretor financeiro, Adriano Lima Ferreira, envolvido na perda da companhia com operações alavancadas de derivativos.
– A posição da Sadia será feita somente por meio das negociações entre os advogados da empresa e os dele – destaca a assessoria.
Na noite de terça, dia 7, Ferreira divulgou nota à imprensa na qual manifesta surpresa pela notícia de que os controladores da Sadia decidiram, em assembleia geral feita na última segunda, entrar com ação judicial contra ele, devido a perdas causadas por operações com derivativos.
Para o executivo, demitido no ano passado, a decisão de processá-lo "é uma clara tentativa de isentar os demais administradores da Sadia, que geriram a companhia e que compartilharam as mesmas decisões e as consequências positivas delas." Segundo Ferreira, todas as operações coordenadas por ele "sempre foram registradas, contabilizadas e auditadas por mais de uma vez, conforme era de praxe na Sadia."
Ele afirma ainda, após solicitação por escrito, que lhe "foi negado verbalmente o acesso ao relatório de auditoria especial preparado pela BDO Trevisan, o qual aparentemente embasou a decisão tomada na assembleia geral". Mesmo assim, o executivo disse ser "possível perceber, por meio das notícias, que provavelmente foram cometidos erros conceituais no relatório da BDO Trevisan", que o "apontam como culpado pelas perdas da Sadia."
– Os instrumentos financeiros de derivativos sempre fizeram parte e tiveram papel essencial nas práticas comerciais e financeiras da Sadia e, nos últimos seis anos, foram responsáveis por aproximadamente 60% do lucro da companhia – afirma Ferreira. A Sadia registrou em 2008 o seu primeiro prejuízo anual, de R$ 2,484 bilhões, ante lucro de R$ 768,348 milhões no ano anterior. Apenas no quarto trimestre, o prejuízo foi de R$ 2,042 bilhões.
AGÊNCIA SAFRAS