| 07/04/2009 17h07min
Lideranças paulistas debateram, nesta terça, dia 7, propostas para o Plano Agrícola e Pecuário 2009/2010. O crédito e o seguro rural estão entre as principais reivindicações da Federação da Agricultura do Estado (Faesp). Representantes de nove segmentos da cadeia produtiva debateram as propostas e sugeriram a inclusão de novas medidas.
Para a Faesp, o maior problema enfrentado pelos produtores rurais é a falta de garantia de renda. A Federação defende a criação de um programa efetivo para sustentar os preços e proteger o agricultor de riscos financeiros e climáticos.
– Como é que poderemos ter segurança para que o produtor possa manter as suas atividades? No campo do crédito, queremos que haja uma rotatividade de crédito, nós estamos defendendo a política da produção, do produtor, de quem trabalha a agricultura, de quem trabalha a terra – afirma o presidente da Faesp, Fábio Meirelles.
Para o representante do setor sucroalcooleiro da federação, Edison Ustulin, o principal problema é o desequilíbrio entre o custo de produção e os valores de mercado. Desde 2007, o produtor tem recebido entre R$ 10 e R$ 15 a menos do que gasta por uma tonelada de cana. Ustulin defende que a cana-de-açúcar seja incluída na política de garantia de preços mínimos do governo federal.
– Nós precisamos sensibilizar as autoridades de que é preciso fazer alguma coisa, nós estamos atrelados aos produtos finais que os usineiros e os proprietários de destilarias vendem e o momento não está remunerador.
No caso da citricultura, as dificuldades estão no custeio da safra e nos prejuízos causados pelo greening. Além disso, a crise global deixou ainda mais difícil manter os contratos com a indústria. Em São Paulo, 40% dos contratos ainda não foram renovados e, segundo o coordenador da mesa diretora do setor na Faesp, Marco Antônio dos Santos, não há perspectiva para que isso ocorra.
O Plano Agrícola e Pecuário para a próxima safra deve ser anunciado entre maio e junho. O governo federal já acenou com a possibilidade de orçamento de cerca de R$ 100 bilhões para o plano.
MARIANE DE LUCA | SÃO PAULO (SP)