| 12/03/2009 19h19min
A maior parte dos empresários brasileiros acredita que a crise econômica não terminará antes de 2010. É o que diz a pesquisa elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que mostra também que o setor não descarta a possibilidade de mais demissões.
Oito em cada dez empresários ouvidos pela entidade afirmam que os impactos da turbulência mundial foram mais fortes nos três primeiros meses de 2009, se comparado com o último trimestre de 2008 – quando a economia brasileira sofreu retração de 3,6%. O presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, não concorda com o discurso do governo de que o Brasil será pouco afetado pela crise.
– Subestimar a crise, não. Eu acho que não é realista essa posição. O Brasil não vai descolar da realidade do mundo – diz Monteiro Neto.
No começo deste mês, a Confederação da Indústria ouviu a direção de 431 empresas em todo o Brasil e constatou que 80% adotaram alguma medida para se ajustar ao cenário econômico, seja com demissões ou redução da jornada de trabalho. Embora esperem uma melhora da economia no segundo semestre, 36% dos entrevistados admitiram poder demitir. O gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, acredita que ao longo do segundo semestre é possível que haja empresas buscando o seu nível de ajuste.
Para 40% dos empresários ouvidos na pesquisa, as ações do governo não estão surtindo efeito. Segundo eles, o foco das ações do Palácio do Planalto tem que ser redução de tributos e juros.
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