| 03/03/2009 17h45min
As vendas no setor de supermercados cresceram 6,54% em janeiro em comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo o Índice Nacional de Vendas, divulgado nesta terça, dia 3, pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em relação a dezembro de 2008, houve queda de 22,96%.
Em valores nominais (sem descontar a inflação), o crescimento foi de 12,76% sobre janeiro do ano passado, mas houve queda de 22,59% sobre dezembro. De acordo com o Índice Nacional de Volume, pesquisado pela entidade, o total de vendas teve alta de 0,1% em 2008, comparado a 2007, quando o crescimento foi de 2,7%.
Para o presidente da Abras, Sussumu Honda, o crescimento das vendas em janeiro em relação ao ano passado foi muito bom e até surpreendeu.
– O número até nos surpreendeu, já que dezembro havia apresentado só 6% sobre dezembro do ano anterior.
Honda disse que a questão do volume está ligada a do preço, porque de março a julho do ano passado o aumento dos preços das commodities (produtos primários, como soja e outros, com cotação internacional) foi muito forte.
– Isso acabou influenciando no volume.
Ele atribuiu a expansão de vendas em janeiro ao fato de a crise ainda não ter refletido no setor de alimentos, principalmente os básicos, que são os vendidos nos supermercados.
– O que deve ocorrer é alguma variação no consumo de produtos de valor agregado maior. Mas, com os preços atuais, os produtos básicos não devem sofrer.
Para os próximos meses, a Abras trabalha com perspectiva estabilização de preços, pois não há pressão dos países que importavam mais fortemente do Brasil.
De acordo com levantamento feito pela associação, o AbrasMercado, uma cesta de 35 produtos de largo consumo, teve alta de 1,34% em janeiro ante o mês anterior, passando de R$ 231,96 para R$ 264,16. Os produtos que subiram mais foram: batata, 3,39%, carne (traseiro), 4,89%, e açúcar (3,44%). Tiveram as maiores quedas o tomate (-16,81%), o arroz (-2,14%) e o sabonete (-2,12%).
Sussumu Honda justifica a expectativa de estabilização e de manutenção de números positivos também em fevereiro e março citando “a sazonalidade” da Páscoa.
– E, se houver algum reflexo do desemprego registrado desde dezembro até agora, só devemos vê-lo depois da Páscoa, porque o tempo foi curto ainda.
AGÊNCIA BRASIL