| 02/03/2009 19h10min
O Brasil registrou em fevereiro o primeiro superávit da balança comercial no ano. Ao contrário de janeiro, quando o comércio brasileiro registrou déficit de US$ 518 milhões, as exportações no mês passado superaram as importações em US$ 1,7 bilhão.
Os produtos agropecuários contribuíram para isso. Entre os destaques estão as vendas de soja, milho, carne bovina, café e algodão.
Para o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, o resultado alcançado na balança comercial no mês do carnaval é positivo, mesmo com o agravamento da crise mundial. Por causa do cenário econômico mundial, as exportações estão mudando de rumo. Ao invés dos tradicionais compradores americanos e argentinos, as vendas brasileiras têm crescido para os países asiáticos, principalmente China, índia e Coréia.
Com o início da safra, o governo acredita em exportações ainda mais significativas.
– Fatores climáticos e fatores sazonais com o início da safra brasileira devem ter efeito positivo nos próximos meses – diz Barral.
Mas para o governo as vendas externas poderiam ser melhores se não fossem as barreiras comerciais vindas principalmente dos vizinhos.
– As barreiras da Argentina afetam em US$ 1,5 bilhão as exportações do Brasil por ano, aproximadamente 10% do que é exportado. Nós esperamos negociar com a Argentina para suspender essas barreiras – conta o secretário.
A pedido da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior investiga o aumento das importações de leite da Argentina, que em um ano cresceram 117%. A suspeita do setor produtivo é de que o país vizinho esteja comprando o produto da Europa a taxas mais baixas e revendendo para o Brasil.
– Estamos investigando com o Ministério da Agricultura. Queremos saber qual é o impacto disso e por que o aumento foi tão abrupto – diz Barral.
Os secretários executivos dos ministérios da Indústria e Comércio, da Agricultura e das Relações Exteriores participam na semana que vem de uma reunião com ministros argentinos. No fim do mês os presidentes Lula e Cristina Kirchner devem tentar reduzir as barreiras comerciais.
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