| 26/02/2009 18h57min
Mercados importadores de produtos do agronegócio brasileiro adotam medidas protecionistas para enfrentar a crise mundial. Aumento de tarifas, mudanças nas cotas e elevação de subsídios são os itens que mais prejudicam as exportações brasileiras.
Soja, carne suína e lácteos são os produtos mais afetados pelo protecionismo internacional. E as medidas de maior impacto para a agricultura brasileira vêm de economias de países emergentes como Rússia e Índia. Para o Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), os mecanismos utilizados para fechar mercados demonstram o clima defensivo do comércio global.
De acordo com dados do Icone, as principais medidas protecionistas foram tomadas pela Rússia, que fixou preços internos para lácteos, pães e óleos vegetais, além de reduzir a cota de carne suína brasileira em 50 mil toneladas e elevar a tarifa extra-cota de 40% para 65%.
Terceiro maior comprador do óleo de soja
brasileiro, a índia aplicou tarifa de 20
por cento sobre o produto. Os indianos restringiram ainda as exportações de produtos chaves como açúcar, trigo e arroz, com a intenção de manter os preços no mercado doméstico. Já a União Europeia aumentou os subsídios para frangos e lácteos, com o objetivo de proteger a produção local.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, a medida da Rússia pode ter sido política e tem fortes impactos sobre o setor brasileiro.
O protecionismo é um antigo conhecido do setor sucroalcooleiro. Mas até o momento açúcar e etanol são exceção. Nenhuma nova barreira as exportações foi registrada com a crise. De acordo com o consultor Julio Maria Borges, o mercado de etanol já é tão protegido que não consegue absorver mais nenhuma medida.