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 | 13/02/2009 18h14min

CTNBio tem seis pedidos de liberação comercial de transgênicos

País é o terceiro no ranking dos maiores produtores destas cultivares

Letícia Levison | Brasília (DF)

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) começa os trabalhos em 2009 com seis pedidos de liberação comercial de transgênicos. Com 12% das lavouras com variedades geneticamente modificadas do mundo, o país é o terceiro no ranking dos maiores produtores destas cultivares.

Em 2008, o Brasil plantou 15,8 milhões de hectares de lavouras transgênicas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (com 62,5 milhões) e da Argentina (19,1 milhões). O cultivo legal de produtos geneticamente modificados em terras brasileiras acontece desde 2003. Uma variedade de soja, seis de milho e três de algodão têm comercialização autorizada pela CTNBio. Para este ano, há seis pedidos de liberação comercial de novas sementes, entre elas de arroz e feijão, uma antiga reivindicação dos produtores. De acordo com a Embrapa, o país está numa posição privilegiada quando o assunto é transgênicos.

– Estamos trabalhando produtos, várias commodities. O mais importante na pauta de exportação é a soja, onde envolvemos um produto em conjunto com a empresa Basf, da Alemanha, e já fizemos o pedido de liberação comercial para a CTNBio no final de 2008. Esperamos chegar ao mercado com o produto em 20 de outubro – afirma o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos, Elíbio Rech.

Segundo a Embrapa, o Brasil é referência no desenvolvimento de novas tecnologias e estudos de produtos geneticamente modificados. Esta semana, a CTNBio aprovou 11 pesquisas em campo. Uma aposta dos especialistas é o cruzamento de variedades, que pode ampliar a produção brasileira e facilitar o manejo ao agricultor.

– A CTNBio já aprovou o algodão resistente a insetos e herbicidas. Milho também. A tendência agora é unir essas tecnologias num mesmo grão de milho para ter milho resistente a insetos e herbicidas, o que facilitaria o manejo para o agricultor – afirma o especialista em biossegurança, Reginaldo Minaré.

Mas enquanto os pesquisadores comemoram a posição do Brasil no desenvolvimento e plantio destes produtos, para os ambientalistas, o rápido avanço dos transgênicos é motivo de preocupação.

– Os consumidores precisam ficar preocupados, pois já há poucos estudos sobre o impacto na saúde dos seres humanos. Isso pode criar um mesmo problema de um veneno que está no milho. A gente come o milho e não houve um estudo sobre o consumo humano desse veneno – diz o ambientalista David Hathaway.

Uma audiência pública foi marcada para o dia 18 de março, na Câmara dos Deputados, para debater a liberação comercial de uma variedade de arroz resistente a herbicida.

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