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 | 12/02/2009 08h57min

Chuvas dão esperança aos produtores gaúchos de soja

Expectativa de colheita é de 7,72 milhões de toneladas ante 7,67 milhões de toneladas de 2008

Pietro Rubin *  |  pietro.rubin@zerohora.com.br

Contrariando as expectativas pessimistas do final de 2008, janeiro e início de fevereiro trouxeram chuvas mais frequentes e devolveram aos produtores gaúchos a esperança de boa renda nessa safra.

Entre novembro e dezembro, propriedades rurais de municípios das regiões norte e noroeste ficaram até 40 dias sem chuva. De acordo com a Emater, essa estiagem prolongada do final do ano reduziu principalmente a produção de milho e de leite.

Com estimativa inicial de 4,57 milhões de toneladas esse ano, o milho tem previsão de quebra de 16% em relação ao projetado durante o plantio. Conforme a diretora técnica da Emater, Águeda Mezomo, as produções de arroz e soja estão se desenvolvendo bem. Na soja, por exemplo, a expectativa é animadora: uma colheita de 7,72 milhões de toneladas ante 7,67 milhões de toneladas obtidas em 2008.

– A partir de janeiro tivemos mais chuva, o que possibilitou o desenvolvimento adequado da soja, do arroz e o início da recuperação na produção de leite pelo Estado – avaliou Águeda.

Produtor rural em Fortaleza dos Valos, no noroeste do Estado, Adroaldo Rossatto, 33 anos, vem sendo favorecido pela maior frequência de chuvas esse ano. No dia 18 de dezembro, ele decidiu arriscar: derrubou 85 hectares de milho perdidos em razão da seca e plantou soja no lugar. Agora, o verde da plantação cobre a área.

– Por enquanto, as chuvas vêm favorecendo o desenvolvimento da soja. Ela está bonita, se desenvolvendo bem. Se a seca não voltar, a estimativa é colher em torno de 40 sacas (de 60 quilos) por hectare – contou Rossatto.

La Niña deve ser mais intenso a partir dos próximos meses

A previsão do tempo para os próximos meses, no entanto, não garante animação ao produtor. Conforme a meteorologista Estael Sias, da Central de Meteorologia, a frequência maior de chuvas de janeiro trouxe uma trégua para a agricultura em algumas regiões. Mas fenômeno climático La Niña deve ser mais intenso nos próximos meses.

– Ele (o La Niña) deve atuar com maior intensidade a partir de agora, provocando chuvas irregulares e abaixo da média nos meses do final do verão, do outono e do inverno – explicou.

Depois da frente fria que provocou chuvas ontem, a previsão é de que novas precipitações só ocorram a partir do próximo dia 22. Desde dezembro, a Defesa Civil do Estado contabiliza 97 municípios em situação de emergência devido à estiagem. O último foi Dom Pedrito, na terça-feira pela manhã.

*Colaboraram Fernando Halal, Marielise Ferreira, Ronan Dannenberg

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