| 09/02/2009 14h15min
A estimativa da renda agrícola para este ano aponta queda de 8,4% comparada aos resultados de 2008, sendo que os maiores prejuízos são para o milho, soja e café. Em valores absolutos, a renda deverá ser de R$ 149,6 bilhões – R$ 13,7 bilhões menor que no período anterior.
O coordenador-geral de Planejamento Estratégico, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques, assegura que esse resultado reflete dois aspectos: a baixa produção de grãos, devido especialmente aos problemas climáticos na região Sul e em outros Estados, e aos preços mais baixos dos produtos agrícolas.
– O efeito desses fatores está fazendo com que a renda do produtor rural sofra forte declínio neste ano – avalia.
Ainda de acordo com Gasques, a estimativa para 2009 está muito próxima ao da renda de 2003, que foi de R$ 148,5 bilhões.
Entre os vinte produtos já analisados, cinco apresentaram aumento de renda em relação ao ano passado. Os maiores incrementos foram no amendoim (31,3%), laranja (13,6%) e arroz (12,7%). Para Gasques, estes resultados se devem à maior produção ou pelo melhor preço, ou, ainda, a combinação dos dois fatores.
Prejuízos
A redução de renda em 2009 ocorre principalmente pelo baixo desempenho de importantes lavouras na formação da renda da agricultura. Gasques explica que as baixas ocorridas no café, milho e soja se manifestam com elevada intensidade no resultado total, pois essas três lavouras representam 45,6% do valor da produção agrícola. Milho e soja, isoladamente, respondem por 38,6%.
Deste modo, o desempenho dessas lavouras tem efeito insatisfatório na formação da renda. Gasques destaca que a menor renda de milho e soja se deve a problemas climáticos e do café ocorre pelo que se chama de bienalidade – um ano de boa produção vem acompanhado de outro de menor produção – como é o caso da safra atual.
Os preços foram outro fator responsável pela queda de renda. Os valores vigentes no período de cálculo da renda são menores do que a média dos utilizados para se obter a renda do ano anterior.
– Com base nesses dados, a produção menor e os preços mais baixos direcionam a agropecuária brasileira a uma perspectiva, até o momento, não muito animadora – pondera o coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA