| 06/02/2009 08h34min
Um acordo feito nessa quinta, dia 5, no Tribunal Regional do Trabalho, em Porto Alegre, trouxe aos trabalhadores da fábrica de colheitadeiras da John Deere em Horizontina, no noroeste do Rio Grande do Sul, uma boa notícia: a suspensão das 502 demissões anunciadas pela empresa no dia 22 de janeiro.
Agora, indústria e metalúrgicos terão até o final do mês para reverter em definitivo ou reduzir os desligamentos. No fim da reunião, que durou mais de quatro horas, ficou acertado que o primeiro encontro ocorrerá na próxima quarta-feira.
As demissões na John Deere foram a primeira demonstração de que a crise internacional chegou ao Rio Grande do Sul e especialmente ao setor metalmecânico. Desde outubro, a Federação dos Federação dos Metalúrgicos já contabilizou 3.313 dispensas de trabalhadores da categoria.
Com a suspensão das demissões, as rescisões feitas no dia 2 de fevereiro foram transformadas em aviso prévio trabalhado. A empresa teria
informado que o período será transformado
em licença remunerada, mas não comentou o acordo fechado. A assessoria de imprensa apenas confirmou que as demissões serão mesmo negociadas.
Governo deve liberar recursos para o setor
Conforme o presidente da federação, Milton Viario, o acordo evita demissão em massa.O sindicalista diz que agora é preciso discutir alternativas para contornar a situação difícil da economia.
– Foi muito importante porque abrimos a possibilidade concreta de evitar as demissões. Vamos trabalhar com a empresa para contornar a crise – frisou Viario.
Nas últimas semanas, aumentaram os casos de acordos com redução de jornada e salário e férias coletivas – uma tentativa das empresas de fazer um ajuste para atravessar o primeiro trimestre, apontado como o mais crítico do ano.
Empresas como a GKN, Randon e MWM International negociaram com os funcionários a redução temporária da carga de trabalho e dos vencimentos. Outras,
como DHB, Gerdau e Saginaw, procuraram os sindicatos para iniciar
negociações similares.
Levantamento dos sindicalistas aponta que os acordos em andamento podem garantir a manutenção de 7,3 mil empregos.
Na quarta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeu anunciar medidas de ajuda ao setor. O governo pode liberar recursos para capital de giro e novas linhas de financiamento para produtores rurais, os principais clientes do setor de máquinas agrícolas.