| 27/01/2009 13h59min
A comercialização de bovinos ficou mais cara para os pecuaristas de Mato Grosso do Sul. O governo do Estado reajustou o valor base da arroba para o cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) para as operações internas e interestaduais.
O reajuste foi de 11% e, com isso, a arroba do boi gordo nas operações internas subiu de R$ 73,80 para R$ 82,40. Já nas operações interestaduais, passou de R$ 83,80 para R$ 93,60. Para as vendas de vaca gorda também houve mudanças: com um aumento de 10%, o valor base nas operações internas agora passa a ser de R$ 71,00 . Já nas vendas para fora do Estado, sobe para R$ 80,60.
A alteração no valor base para o cálculo do ICMS tem o objetivo de torná-lo o mais próximo possível dos preços adotados na prática. Mas o reajuste, neste momento, não agradou aos pecuaristas, que temem que a alta possa comprometer a rentabilidade da atividade. Uma situação que não é descartada pelos especialistas:
– Realmente o pecuarista pode ter prejuízos com o reajuste da pauta, porque hoje o preço fiscal é próximo do real, mas, com as oscilações de mercado, a arroba pode despencar a qualquer momento, e os pecuaristas serão tributados com valores base bem acima do praticado no mercado – afirma o economista Sérgio Duailibe.
Para os pecuaristas, o reajuste fiscal vai na contramão da realidade enfrentada pelo setor.
– O governo deveria ser mais sensível e observar a realidade dos pecuaristas, já que um reajuste neste momento de crise econômica pode comprometer o volume de negócios, prejudicando o produtor – afirma Gino José Ferreira.
Em caso de grandes diferenças entre o valor base para o imposto e os preços praticados no mercado, os prejuízos podem não ficar apenas no bolso dos pecuaristas. De acordo com Sérgio Duailibe, o consumidor também pode sentir o reajuste do imposto, pagando mais caro pela carne bovina.
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