| 26/01/2009 19h30min
O índice de inflação que reajusta a venda de madeiras na Floresta Amazônica é o mesmo que mede o preço dos alimentos nos supermercados, o IPCA. Mas o governo quer mudar essa situação. Para isso foi criado o Índice de Preços de Produtos Florestais (IPPF), que deve ser anunciado no fim deste semestre.
Caberá ao Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) acompanhar os preços médios de serrarias para estabelecer o IPPF. Com base nele serão feitos os reajustes sobre as concessões florestais no bioma. Com um índice específico para o setor, o governo vai aposentar o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) nos cálculos de correção para a venda de toras de madeira.
O indicador específico para preços de produtos florestais começa a valer no ano que vem e será usado nos contratos de concessão feitos pelo governo. É o caso da Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, uma área de 95 mil hectares que foi licitada para empresas de diferentes portes em 2008. O contrato dá direito à exploração responsável de árvores com valor comercial pelos próximos 40 anos.
A previsão do Ministério do Meio Ambiente é de que essas concessões devem gerar uma arrecadação anual de quase R$ 4 milhões. O novo índice também deve auxiliar os produtores rurais que têm madeiras de interesse comercial.
– Esses indicadores de preço vão mostrar o valor da madeira da tora consumida por empresas na região para diferentes espécies. Produtores vão perceber que há uma riqueza até então desconhecida na sua propriedade – diz o gerente de Planejamento do Serviço Florestal, Luís Carlos Estraviz.