| 22/01/2009 17h04min
Quase metade dos trabalhadores resgatados da escravidão em 2008 trabalhava no setor sucroalcooleiro. Os números foram divulgados nesta quinta, dia 22, pela Comissão Pastoral da Terra.
De acordo com o levantamento da Campanha Nacional de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo, no ano passado, 2.553 pessoas que trabalhavam no setor sucroalcooleiro foram resgatadas da escravidão. Elas representam 49% dos trabalhadores libertados. A pecuária aparece em segundo lugar, com 1.026 resgates. Ao todo, 5.244 trabalhadores foram resgatados em 2008 durante ações de fiscalização que atenderam 214 denúncias.
A Comissão Pastoral da Terra informou que desde 2007 a utilização de mão-de-obra escrava vem crescendo no setor da cana-de-açúcar, com a mesma velocidade que cresce o interesse pela atividade. Os canaviais concentram números maiores de trabalhadores e a média é de 142 resgates em cada flagrante, enquanto nas outras atividades a média é de 14 pessoas libertadas.
Apesar de o setor sucroalcooleiro, em especial no Centro-Oeste, se destacar pela quantidade de envolvidos e resgatados, a Amazônia lidera o número de casos identificados: 59,3% das operações de fiscalização foram realizadas na região e 1.679 trabalhadores foram resgatados. Os Estados que registram o maior número de denúncias são Pará, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins.
Segundo a Pastoral, duas ferramentas são importantes para coibir o crime: o Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho, e também a Lista Suja, com os nomes de produtores que utilizam mão-de-obra escrava, o que impede investimentos em propriedades flagradas com trabalhadores escravos e prejudica negócios. Em 2008, 203 pessoas tiveram seu nome incluído na lista, 50 do Estado do Pará.
CANAL RURAL E COMISSÃO PASTORAL DA TERRA