A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) enviou na quinta-feira um ofício ao governador Luiz Henrique da Silveira pedindo a postergação dos prazos de recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) também no Estado, a exemplo do incentivo dado pelo governo federal como forma de ajudar empresas a enfrentar a crise financeira.

No ofício, o presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, ressalta que a crise financeira internacional "promove um forte enxugamento de liquidez, colocando em risco a produção industrial catarinense, que pode vir a sofrer queda acentuada, com reflexos negativos nos investimentos, no emprego e no recolhimento dos tributos".

A postergação do prazo de recolhimento teria reflexos positivos sobre as necessidades de capital de giro das empresas.

A indústria argumenta que o setor tem desenvolvido um grande esforço para superar as atuais dificuldades, realizando ajustes estruturais, "que acabam sendo obstruídos, de um lado, pelas restrições de acesso ao crédito e pelo seu custo e, de outro, pela insegurança dos consumidores em relação ao futuro imediato".

— Nesse cenário, a indústria catarinense precisa contar com o apoio decisivo do setor público, por meio de atos destinados a criar condições que minimizem os efeitos perversos da crise e fortaleçam as suas condições de competitividade - afirma Corrêa.

Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou postergação de prazo para recolhimento de tributos federais, medida sugerida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) durante o Encontro Nacional da Indústria, na semana passada.

Para a CNI, a medida terá impacto positivo, principalmente para as pequenas e médias empresas, mas o governo deveria estender o prazo de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Programa de Integração Social para o último dia do mês.