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 | 11/10/2008 10h10min

Mudanças no clima podem aumentar incidência de dengue no Brasil

Relatório do Banco Mundial alerta sobre altas temperaturas e falta de água potável

Relatório elaborado pelo Banco Mundial (BM) afirma que falta de água potável e aumento das temperaturas, em conseqüência de mudança climática, causarão o crescimento de doenças tropicais como malária e dengue, fortemente presente no Brasil. A vice-presidente do BM para a América Latina e o Caribe, Pamela Cox advertiu as alterações no clima podem ter conseqüências "devastadoras" ao ambiente, à economia e à saúde de centenas de milhões de pessoas.

A estes fatores, ela somou o aumento das catástrofes naturais, como a maior intensidade dos grandes furacões, provocando grandes perdas, dificilmente assimiláveis por países em desenvolvimento, sem contar o grande número de mortes causadas. Os efeitos da mudança climática sobre o meio ambiente, na proliferação de doenças e no desenvolvimento dos países latino-americanos tomaram conta dos debates no segundo dia do Congresso Mundial da Natureza, realizado em Barcelona, na Espanha.

Especialistas da Wildlife Conservation Society (WCS) alertaram para a existência de 12 doenças que podem levar à morte tanto o homem quanto animais selvagens, e que poderiam se espalhar por novas áreas por causa da mudança climática. Entre elas, gripe aviária, cólera, ébola, parasitas intestinais, tuberculose e febre amarela.

Segundo o vice-presidente da WCS, William Karesh, mudanças de temperaturas e de níveis das chuvas em grandes regiões do planeta estão facilitando o deslocamento dessas doenças o que, segundo ele, terá conseqüências não apenas sobre a saúde humana e animal, mas também sobre a economia.

O relatório do BM, destacou ainda que os países latino-americanos serão alguns dos que mais sofreram os efeitos de mudança climática pois, apesar de emitirem apenas 6% dos gases do efeito estufa, cerca de 77 milhões de pessoas destes territórios terão problemas de acesso a água em 2020.

Cox ressaltou "o cruel e irônico" fato de que países sem quase nenhuma responsabilidade sobre o problema sejam, ao mesmo tempo, os mais vulneráveis e que menos recursos têm para se adaptar.

AGÊNCIA EFE

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