| 23/09/2008 14h14min
A meta de exportações brasileiras para este ano foi revista para US$ 202 bilhões, informou nesta terça, dia 23, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A meta anterior, fixada em julho deste ano, era de US$ 190 bilhões. A elevação representa um crescimento de 25,7% em relação ao ano passado.
– É uma meta ambiciosa, porque esperamos que [a média de exportações de setembro a dezembro] seja superior à dos últimos quatro meses – disse o secretário de Comércio da pasta, Welber Barral.
De janeiro a agosto, a média das exportações foi de US$ 16,84 bilhões e a previsão para o período de setembro a dezembro é de US$ 17,78 bilhões.
Entre os fatores que levaram o governo a elevar a meta estão a reacomodação no preço das commodities (produtos básicos comercializados no mercado internacional), a elevação do preço de algumas delas em relação a 2007 – como por exemplo a carne bovina industrializada – e também o aumento da exportação de produtos de alto valor agregado, como aparelhos celulares 3G.
Os efeitos da crise
Sobre a possibilidade de a crise nos Estados Unidos afetar ainda neste ano as exportações brasileiras, Barral disse que o efeito será praticamente zero, porque grande parte dos contratos para exportações já está fechada. Ele destacou, porém, que a longo prazo isso poderá representar queda na demanda.
– Uma crise muito grave nos Estados Unidos afetará não apenas parceiros comerciais na América Latina, que são mais dependentes, como é o caso do México, como também outras grande economias, como a Europa e a China. Isso pode gerar um efeito de queda na demanda para alguns produtos e queda nas exportações brasileiras – explicou.
Segundo Barral, outros fatores que justificam o pequeno efeito da crise sobre as exportações seriam a diminuição da dependência do Brasil do comércio com os Estados Unidos e a diversificação da pauta de exportações para aquele país. Ele lembrou que, entre janeiro e agosto do ano passado, o Brasil exportou US$ 16,3 bilhões para os Estados Unidos, enquanto no mesmo período deste ano as vendas externas somaram US$ 18,4 bilhões, o que representa um crescimento de 14%.Na mesma comparação, o comércio com a União Européia aumentou 25,8%.
O secretário não fez comentários sobre a meta para o próximo ano. Ele se limitou a dizer que, para estabelecer essa meta, o ministério vai levar em consideração fatores como previsões de importações, taxa de câmbio e crescimento econômico do mercado.
AGÊNCIA BRASIL