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 | 22/09/2008 19h29min

Crise financeira mundial é tema de reunião da Câmara de Insumos do Ministério da Agricultura

Compra antecipada deixou representantes do setor mais tranqüilos

Luciane Kohlmann, Brasília (DF)  |  reportagem@canalrural.com.br

A crise no mercado dos Estados Unidos traz preocupação para o setor agrícola. O assunto foi o centro das discussões da reunião da Câmara Temática de Insumos, que ocorreu nesta segunda, dia 22, no Ministério da Agricultura. O encontro ainda abordou o aumento da demanda por fertilizantes e defensivos.

A antecipação da compra dos principais insumos trouxe tranqüilidade aos representantes do setor. Os agricultores adquiriram um volume maior de produtos no primeiro semestre, garantindo o plantio da safra 2008/2009.

Em relação aos fertilizantes, de janeiro a agosto do ano passado, o consumo foi de 14,5 milhões de toneladas. Neste ano subiu para 16 milhões, um aumento de 10%.

Houve crescimento também no uso de defensivos agrícolas. Nos primeiros oito meses de 2007, a indústria vendeu R$ 4,7 milhões em produtos. Já em 2008, o valor saltou para R$ 6,4 milhões, um aumento de 36%.

Por isso, a câmara quer maior agilidade do governo para implementar projetos que reduzam preços e aumentem a oferta dos produtos no mercado interno.

Mas o que tomou conta das discussões sobre preços dos insumos no Ministério da Agricultura foi a crise financeira no mercado norte-americano. O problema preocupa representantes do setor agrícola do Brasil, que temem uma maior restrição de crédito aos produtores rurais.

– Houve um enxugamento de recursos. O financiamento da lavoura brasileira, grande parte feito pelo setor de insumos e pelas tradings, sofreu impacto. O fato é que houve uma suspensão de operações de financiamentos da iniciativa privada – disse o presidente da Câmara de Insumos, Cristiano Walter Simon.

O diretor da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), Eduardo Daher, disse que a palavra de ordem do setor perante a crise financeira internacional é cautela.

– É preciso muito cuidado com a restrição de crédito. Todos vão falar que a crise não contamina o mundo real, mas isso é uma inverdade. Contamina sim. Falta saber em que proporção isso vai acontecer – concluiu.

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