| 19/09/2008 11h56min
Os brasileiros deverão ter mais dificuldades para saldar operações de crédito, em função da crise financeira mundial. Mas, no país, esse crescimento da inadimplência deve ser um pouco mais ordenado do que em outras economias do mundo. A avaliação é do economista do Banco Real Cristiano Souza, que concedeu entrevista ao Agribusiness Online nesta sexta, dia 19.
– Não dá para imaginar que, em um cenário de retração econômica, não haja inadimplência. O que me parece é que no Brasil, as concessões de crédito respeitaram regras rígidas das próprias concessões, ou seja, não se deu crédito no Brasil para pessoas “subprime” (que não teriam como honrar compromissos em qualquer reversão da macroeconomia), como foi nos Estados Unidos.
Comércio
Na avaliação do economista, o comércio será o principal canal de contágio da atual crise financeira na economia brasileira. Segundo Cristiano Souza, os países desenvolvidos crescerão pouco nos próximos anos, refletindo nas relações comerciais com o Brasil.
– Vai diminuir a quantidade de bens comprados do Brasil por esses países, que são mercados significantes para as exportações brasileiras. As exportações, em quantidade não crescerão tanto. Os preços de bens que o Brasil exporta, principalmente commodities, não deve crescer tanto, pelo menos não na mesma pujança dos últimos dois anos – disse Cristiano Souza.
A salvação da lavoura pode ser a China, avalia o economista do Banco Real. Segundo ele, se o país mantiver as taxas de crescimento em torno de 8% ou 9%, haverá espaço para que os preços das commodities se mantenham estáveis ou até subam um pouco mais, beneficiando o Brasil.
– O ritmo de crescimento (do Brasil) vai diminuir consideravelmente e isso contribui menos para o PIB do que nos últimos anos.
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