| 17/09/2008 07h02min
Maior seguradora dos Estados Unidos e uma das maiores do mundo, a American International Group (AIG) conseguiu socorro do governo americano. Para evitar um colapso sem precedentes no sistema, aumentando ainda mais os níveis de fragilidade do mercado financeiro já duramente atingido pela quebra do Lehman Brothers, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, confirmou nessa terça, dia 16, que dará um empréstimo de US$ 85 bilhões para a companhia. Em troca, o governo ficará com 80% da empresa.
Um aporte do Fed significa uma mudança de atitude da instituição, que até essa terça pressionava para que os grandes bancos financiassem a ajuda à AIG. Há 10 dias, o governo já tinha resgatado a Fannie Mae e a Freddie Mac, as maiores financiadoras de hipotecas do país. Desde então, Washington dizia que não colocaria mais dinheiro no mercado privado.
As ações da empresa seriam diluídas, mas não eliminadas, como ocorreu quando as gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac foram estatizadas recentemente. Nos últimos noves meses, as perdas da AIG chegariam a US$ 18 bilhões, e por isso, a megasseguradora foi rebaixada pelas principais agências de classificação de risco.
Como opera com instituições financeiras em todo o mundo, com atuação em 130 países, uma quebra da AIG representaria efeitos catastróficos. A empresa opera no segmento de securitização de papéis, que movimenta US$ 60 trilhões. Securitização é uma operação de crédito com lançamento de títulos com garantia da dívida. Ou seja, os problemas da AIG decorrem dos mesmos fatores que geraram a crise imobiliária americana. A companhia tem contratos garantindo hipotecas de alto risco, e não passou imune à falta de pagamentos que vem causando um efeito cascata no mercado de crédito americano.
Lehman negocia acordo com banco Bairclays
Nessa terça, o presidente da Unibanco AIG Seguros, José Rudge, disse que, caso a AIG tenha de se desfazer de seus ativos no Brasil, o caminho natural seria a compra dessa parcela pelo banco brasileiro.
O Unibanco tem o controle da AIG, com participação de 52%. O restante pertence à instituição dos EUA.
Um dia depois de anunciar concordata, o Lehman Brothers ainda tentava um acerto de última hora para vender ativos ao Barclays, que teria ofertado cerca de US$ 2 bilhões por partes do quarto maior banco de investimento dos EUA.
ZERO HORA