| 16/09/2008 09h52min
O clima pós-quebra do banco americano Lehman Brothers continuará tenso até que o mercado financeiro volte a sentir segurança. Foi o que afirmou o analista Miguel Daoud, colaborador do Canal Rural, que participou do Agribusiness, nesta terça, dia 16.
Daoud avaliou que o mercado não tem explicado muito bem o que está acontecendo nas finanças internacionais e ressaltou que o problema maior está nos grandes bancos de investimentos, sem afetar de forma significativa as instituições que operam no varejo do setor bancário.
– Esses bancos [de investimento] securitizaram e absolveram títulos da questão imobiliária dos Estados Unidos. Esses são os títulos que estão em dificuldade. Os bancos de varejo estão bem. O banco recebe o dinheiro e aplica. Mas se todo mundo resolve querer o dinheiro ao mesmo tempo, o banco não tem. É o que acontece – disse.
Miguel Daoud acrescentou que a situação atual é contrária a de crises do passado. Entes, eram os Estados Unidos que financiavam as economias emergentes. Agora, são os países em desenvolvimento que financiam a economia americana.
O analista concorda com a tese do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o Brasil não está “de joelhos” diante da crise, mas disse que, de qualquer forma, o país será atingido.
Daoud avaliou com cautela o movimento de alta do dólar neste momento de crise. No pregão de segunda, a moeda norte-americana fechou em alta, a R$ 1,81, enquanto o índice Bovespa caiu 7,59%. Ele afirmou não ser possível projetar se o aumento nas cotações vai beneficiar as exportações, já que os custos de produção aumentaram.
CANAL RURAL