| 11/09/2008 15h09min
O Brasil poderá manter o controle total das reservas de petróleo da camada pré-sal, esnobar investidores estrangeiros e até a própria Petrobras, caso resolva criar uma nova autarquia para administrar a exploração do produto. É o que afirma reportagem publicada na edição desta quinta, dia 11, do jornal britânico Financial Times.
Sob o título de “o novo lucro de Lula”, o artigo assinado por Jonathan Wheatley e Carola Hoyos afirma que o petróleo em águas profundas deve colocar o Brasil entre os grandes produtores mundiais. Mas, ao mesmo tempo, levar o país a uma situação de oposição a investidores estrangeiros e companhias internacionais de petróleo.
O jornal britânico explica que praticamente todo o sistema de produção de petróleo no Brasil funciona por meio de concessões, em que a Petrobras fecha parceria com empresas da iniciativa privada.
“O que parece certo é que o atual sistema de concessões vai mudar”, pondera o artigo, especulando que o futuro da indústria pode ser decidido a partir de “imperativos políticos de curto prazo” tendo em vista as eleições presidenciais de 2010.
O Financial Times ressalta que, no dia 19 de setembro, um grupo interministerial deverá apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma série de sugestões sobre a estrutura do setor petrolífero brasileiro a partir da exploração da camada pré-sal. Uma das propostas estudadas é a da criação de uma nova empresa estatal, que já recebeu apoio do presidente Lula.
Mas a idéia de uma nova empresa enfrenta oposição na base governista e na própria Petrobras.
– É um assalto aos acionistas minoritários da Petrobras – disse à FT o senador Francisco Dornelles.
O Financial Times cita o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Segundo a publicação, Gabrielli teria dito que a empresa tem a capacidade de assumir as funções e orientar a exploração do pré-sal. O jornal acrescenta que o plano de investimentos da companhia deve ser revisto, em função das novas descobertas e do novo patamar de preços do petróleo no mercado internacional.
Na avaliação de Gabrielli, diz o jornal, com a nova situação, a Petrobras ficaria em posição bem mais forte.
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