| 02/09/2008 01h10min
Pela primeira vez na Expointer, pelo menos desde que os dados da feira são inseridos em sistema informatizado, o animal mais pesado do parque Assis Brasil não foi um touro charolês. Desta vez, a façanha ficou com o reprodutor devon Garupa 6908, da Cabanha Azul, de Quaraí, que aos quatro anos de idade marcou na balança 1.305 quilos, batendo o recorde nacional da raça.
O título de maior exemplar da Expointer, no entanto, agrega pouco valor ao animal. Ao contrário, pode até tirar pontos. É que bovinos muito grandes, principalmente se forem altos, tendem a demorar mais para ficar prontos para o abate e consomem mais alimentos. A presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Devon, Beth Cirne Lima, lembra, no entanto que a avaliação depende de outras variáveis.
— Tudo depende também se o animal é proporcional (ao tamanho) ou não. Este touro (recordista), por exemplo, é bem equilibrado e pode ser interessante, por exemplo, em cruzamentos para criadores que
precisam aumentar o tamanho dos
animais do rebanho — afirma Beth.
Responsável pelo touro, a criadora Susana Salvador ressalta que a balança não é um problema para Garupa e que ele chegou a essa marca por ter quatro anos, tendo pesos proporcionais às idades quando era mais jovem.
— É um animal grande não em estatura, mas em comprimento. Ele é comprido, profundo, tem uma grande capacidade de produzir carne — afirma Susana.
A perda do status de mais pesado da mostra não chegou a decepcionar a Associação Brasileira de Criadores de Charolês. Pelo menos na opinião do presidente da entidade, José Carlos Dorneles, o fato é positivo para a raça, uma vez que a meta é produzir animais medianos, mais precoces e com mais capacidade de converter alimento em carne. Apesar disso, acrescenta, o charolês continua tendo um porte médio acima das maioria das raças, produzindo grandes carcaças, com apelo no mercado europeu.
Dieta de peso
O que
Garupa come no estábulo da fazenda:
— Duas porções de
ração, de 10 quilos cada
— Um fardo de seis quilos de feno
— Pasto durante o dia (à noite, vai para a cocheira)
Crédito: Emílio Pedroso