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 | 01/09/2008 16h23min

Febraban garante que bancos cumprem regras para renegociação das dívidas agrícolas

Diretor Ademir Vian ressaltou que lentidão do BNDES prejudicou relações dos produtores com as instituições financeiras

Os bancos cumprem o previsto na medida provisória 432, que trata da renegociação das dividas rurais desde quando o texto foi aditado pelo governo federal. Foi o que garantiu o diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) Ademir Vian, em entrevista ao Mercado e Companhia, nesta segunda, dia 1º.

Vian diferenciou, porém, duas situações. No caso das dívidas de custeio, ele disse que os bancos podem negociar com os produtores de acordo com o previsto na medida. O mesmo não acontece no caso de dívidas de investimentos, como explicou o diretor da Febraban.

– São operações com recursos do BNDES. Nesses casos, a Medida Provisória não é suficiente. Precisa de uma regulamentação pro parte do BNDES e isso causou um certo estresse entre bancos e produtores, porque o BNDES não foi rápido na edição das normas e quando o produtor procurava o banco, o gerente não tinha a regulamentação e não sabia como proceder.

Sobre a mudança na taxa de juros das renegociações, aprovada pelo Congresso – a indexação deixou de ser pela taxa Selic, de 13% ao ano, e passou para a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 6,25% - Ademir Vian disse que o produtor deve ter cautela.

– Se o produtor achar inconveniente fazer a prorrogação, pode, perfeitamente, fazer outra negociação com a instituição financeira, liquidando a operação ou fazendo algum tipo de prorrogação. O que temos de ressaltar é que ele vai para outra forma de correção do saldo devedor dele e isso ele deve avaliar de forma pontual e comedida porque, daqui para frente, são vários anos que ele vai ter para fazer esses pagamentos.

Crédito

Independente da renegociação, o produtor tem acesso ao crédito nos bancos, disse o diretor da Febraban, Ademir Vian. Mas prevê uma situação um pouco mais difícil para a contratação dos financiamentos, em comparação com a safra anterior.

– A retirada da CPMF e a subida da Taxa Selic fez com que os depósitos à vista caíssem muito. Dificilmente passaremos dos R$ 30 bilhões. Se tanto, chegaremos. Podemos dizer que vamos chegar aos US$ 28 bilhões, US$ 29 bilhões.

Ademir Vian negou a possibilidade dos gerentes de agências bancárias condicionarem a análise de crédito á venda de produtos e serviços bancários. A prática configura venda casada.

– A análise de crédito é feita de forma individualizada, com base na liquidez da operação, ou seja, na capacidade de pagamento dos clientes. Não é porque ele vai comprar um determinado produto, que vai ter o crédito reativado ou melhorado.

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