| 30/08/2008 07h40min
A ovinocultura brasileira com foco na produção de carne vive uma contradição. Apesar da genética de ponta, 60% dos cordeiros consumidos no mercado interno são importados. A estagnação do rebanho em 13,9 milhões de animais pesa contra. Mas não é nada comparada à frágil organização entre produtores, frigoríficos e varejo.
Nesse cenário, ganha força a adoção de uma integração semelhante à desenvolvida pelo segmento avícola. Em São Paulo, já há experiências como essa, diz Paulo Schwab, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos.
— A integração (no Rio Grande do Sul) esbarra na falta de escala de produção e padrão. Por isso, trabalhamos num projeto piloto que pode ser estendido a todo o país — conta Schwab, referindo-se ao Programa Juntos para Competir.
Desde 2007, um grupo de 40 produtores fornece 300 cordeiros ao mês com garantia de venda, diferencial de preço e oferta assegurada para o frigorífico. A primeira tentativa de garantir
constância e padrão surgiu em 1999, com
o Programa Cordeiro Herval Premium. Em 2007, foram abatidos 15 mil ovinos com selo de identificação a preço 12% acima do de mercado.
— Acabou a aventura. Estou seguro com o trabalho baseado na freqüência do mercado — diz Carlos Neto, de Pedras Altas, um dos primeiros criadores que apostaram no programa.