| 30/08/2008 07h10min
Era 2004. O casal Gramms percebeu que, para não perder o trem da prosperidade, teria de aumentar a quantidade e a qualidade do leite na pequena propriedade de Linha imperial, em Nova Petrópolis. Investiu em inseminação artificial das vacas, e a produção saltou de 180 litros ao dia para 700 litros diários, o que garantiu um adicional de 10% sobre preço pago pela Cooperativa Piá.
A renda cresceu e construíram uma sala de ordenha mecanizada. Agora Valdemar e Rojane vão às compras na Expointer. Querem trocar o trator de 22 anos de idade por um novo. Pretendem chegar a mil litros diários até 2011.
— Se a gente não oferecer mais leite e de boa qualidade, estaremos fora — afirma Valdemar.
Com produtividade média de 25 litros por vaca ao dia, mais do que o dobro da média estadual, os Gramms representam a aposta do Brasil para dobrar a produção de leite bovino para 50 bilhões de litros em 2020. Para dar esse salto, uma das tendências de estímulo é pagar
mais por volume e qualidade. O
movimento acelerou-se com a entrada em vigor de regras para garantir um leite mais rico em proteína, com maior concentração de gordura e menores níveis de células somáticas e bactérias.
De acordo com Cristiane De Paula Turco, analista da Scot Consultoria, os laticínios estão pagando até 15% mais do que a média de mercado a esses produtores.
— Mesmo quando o preço do leite está caindo, para quem tem produção maior e qualidade, a queda é menor — explica Cristiane.