| 27/08/2008 13h32min
As companhias de petróleo vão investir no etanol e daqui a alguns anos poderão controlar o setor. A tese é do analista de mercado da Job Economia Júlio Maria Borges, que concedeu entrevista ao Agribusiness Online, nesta quarta, dia 27.
Segundo ele, o mundo está se dando conta que não é possível produzir o álcool combustível baseado na cana-de-açúcar em qualquer lugar. Como ocorre com o petróleo, a produção será concentrada em áreas consideradas viáveis e o Brasil tem o maior potencial de viabilidade produtiva do combustível limpo.
Ao mesmo tempo, as companhias de petróleo voltam suas políticas corporativas para a sustentabilidade. Demoraram, de acordo com Júlio Maria Borges, mas perceberam que o etanol não é um concorrente. Segundo o analista, o combustível limpo começa a ser entendido como um complemento, pequeno em volume, mas poderoso em geração de emprego, de renda e no fator ambiental.
- As companhias de petróleo querem e vão ser amigas do meio ambiente. Logo, vão entender que álcool é como poço de petróleo. Vai ser produzido onde dá. O setor [de etanol] deve, num futuro próximo, ser controlado, grande parte por companhias de petróleo – concluiu Júlio Maria Borges.
Recuperação
Os preços baixos da cana, do açúcar e do álcool, que preocupam produtores, devem durar pouco tempo, na avaliação da Job Economia. De acordo com a empresa, o setor ainda sofre as conseqüências do período difícil da safra que terminou.
Mas a tendência é de mudança no cenário. Os preços do açúcar, por exemplo, que estava em R$ 24 reais a saca, atualmente está em R$ 28, igualando os custos. No início do ano que vem, a previsão é de que a cotação chegue a R$ 35.
- As perspectivas são de preços melhores e tudo indica que haverá recuperação, mas o conforto financeiro das usinas deve acontecer só na próxima safra – confirmou o analista.
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