| 22/08/2008 11h42min
A volatilidade no mercado de soja é maior da história. Sinal dos tempos. A época em que bastava observar a relação entre oferta e demanda ficou para trás. Atualmente, mesmo em períodos com poucas variações, os preços sobem e descem com bastante facilidade.
De acordo com a Tetras Corretora, até o ano passado, a cotação estava em US$ 6,20 por bushel. Neste ano, chegou a quase US$ 16. Nas últimas semanas, as cotações têm oscilado entre US$ 12 e US$ 14. Para os analistas, os preços do petróleo e a maior participação nos fundos de investimento condicionam essa volatilidade.
– Há uma interferência muito forte do mercado financeiro em um momento de divisão de águas, em que a soja passou a ser ligada ao mercado de energia – explicou o diretor da Tetras Corretora, Renato Sayeg, em entrevista ao Agribusiness Online, nesta sexta, dia 22.
Ele disse que, com base nas condições atuais, não é possível encontrar uma “equação” que indique a redução da volatilidade. Renato Sayeg acrescentou ainda que acredita ser difícil estabelecer algum tipo de controle sobre a atividade dos fundos de investimentos no mercado de commodities.
– Essa volatilidade e essa influência do mercado financeiro me preocupam. E é algo que está fora da nossa mão. Então é difícil fazer uma previsão.
Renato Sayeg afirmou ainda que os preços da soja e dos principais subprodutos seguiram uma trajetória diferente da prevista pelo mercado. Com a alta do óleo de soja, em função do biodiesel, era esperada uma baixa do farelo de soja, usado para alimentação animal, a exemplo do que, segundo ele, teria acontecido com a glicerina, subproduto do combustível.
Porém, o aumento da demanda por proteína animal em vários países fez com que a procura pelo farelo de soja também crescesse, explicou Sayeg.
– Óleo e farelo subiram em uma proporção quase igual. O óleo um pouco mais. No futuro, se continuar esse crescimento de demanda por proteína até 2015, 2020, a soja, como um complexo total, deve continuar subindo na mesma proporção.
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