| 06/08/2008 15h12min
Depois de voltar a ser reconhecido pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa com vacinação, Mato Grosso do Sul quer retomar as vendas de carne bovina para a União Européia. Os produtores trabalham para conseguir o mais rápido possível habilitar fazendas no seleto grupo de propriedades aptas a vender o produto para os países do bloco.
A União Européia paga os melhores preços pela carne bovina, mas também é o cliente mais exigente. Os animais devem ser rastreados e a propriedade criadora tem que fazer parte do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). E é neste ponto que o Estado espera conquistar a confiança dos europeus. Do rebanho de 21 milhões de bovinos, sete milhões estão com a certificação em dia. São 4,6 mil propriedades incluídas no sistema de rastreabilidade administrado pelo Ministério da Agricultura. Esses números reforçam a boa expectativa da classe produtora.
– Mesmo antes de recuperar o status, o Estado já estava retomando comercializações com outros países também exigentes, o que reforça as esperanças para retomar as vendas para a União Européia – disse o Superintendente Federal de Agricultura de Mato Grosso do Sul, Orlando Baez.
A União Européia era um dos principais destinos da carne produzida em Mato Grosso do Sul. Em 2005 o Estado vendeu o equivalente a US$ 107 milhões para os países do bloco, quase 40% do total comercializado naquele ano.
Atualmente apenas 123 fazendas em todo o país estão habilitadas a exportar para os países europeus. Para voltar a fazer parte dessa lista, os produtores do Estado apostam na qualidade da carne que produzem, mas sem esquecer da necessidade de cumprir as exigências dos europeus. Como quase um terço do rebanho local está rastreado, os pecuaristas não escondem o otimismo, e acreditam que ainda este ano Mato Grosso do Sul possa voltar a fornecer carne bovina para os países do bloco.
– A Secretaria de Produção está empenhada nas negociações com a União Européia. O setor acredita que no máximo em 60 dias os europeus sinalizem interesse em comprar carne de Mato Grosso do Sul e venham auditar propriedades no Estado – afirmou o presidente da Federação de Agricultura de MS (Famasul), Ademar Silva Júnior.
Ampliar o número de animais rastreados é uma medida considerada essencial para a recuperação de mercados compradores. Mas este crescimento depende do interesse de compra do mercado internacional, já que nem todos os países exigem a rastreabilidade.
– Não é necessário que 100% do rebanho do Estado esteja cadastrado no Sisbov. Há espaço para quem investe mais e atende melhores mercados recebendo mais, como também para quem investe menos e atende mercados menos exigentes. Entretanto, todos devem levar em conta a necessidade da sanidade animal, que é á maior barreira para conquistar novos mercados – explicou Silva Júnior.
Para conduzir as ações de controle e erradicação da febre aftosa, Mato Grosso do Sul recebeu R$ 70 milhões do Ministério da Agricultura. A Superintendência Federal de Agricultura do Estado ainda conta com R$ 11 milhões em caixa para dar continuidade aos trabalhos sanitários.
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