| 28/07/2008 03h10min
O Grêmio conquistou o título inédito de campeão mundial interclubes de uma forma inesquecível e graças, principalmente, a dois verdadeiros heróis: Renato, que marcou dois golaços — aos 38 minutos do primeiro tempo e aos 3 minutos da prorrogação — e ao goleiro Mazaropi, que realizou defesas milagrosas — só não conseguiu evitar o empate dos alemães aos 41 minutos do segundo tempo, através de Schoreder. Foi, enfim, uma vitória maravilhosa e, sobretudo, justa pelo maior desempenho gremista durante os 120 minutos.
O Grêmio começou a partida de uma maneira inesperada para um time que treinou tanto e se preparou intensamente para ganhar o título mundial. Inesperada porque o time não conseguia fazer em campo nada do que havia planejado cuidadosamente durante todo o período que antecedeu a decisão. O time estava bem posicionado em campo, mas errou muitos passes.
O Hamburgo, no entanto, não chegava a ter o domínio do jogo mas chegou a criar jogadas perigosas diante de alguns
erros defensivos do
Grêmio, contornados pela boa fase de Mazaropi, ou pela atenção de Baidek como último zagueiro. Passados dez minutos, o Grêmio acalmou-se em campo, passou a trocar passes com acerto mas só foi chutar a primeira bola contra o gol de Stein aos 18 minutos — Paulo Roberto, de longe, forte, mas para fora.
Gols
No entanto, o Grêmio começou a crescer em campo e, aos poucos, foi impondo seu jogo de toque e habilidade e aos 38 minutos, numa jogada individual em que driblou seu marcador três vezes, Renato chegou à linha de fundo e bateu rasteiro entre a trave e o goleiro, fazendo 1 x 0. Esse gol sim, estabeleceu outra condição na partida:o Grêmio agora era o time mais tranqüilo, com mais técnica para realizar suas jogadas, e foi exatamente assim que começou o primeiro tempo, em que o time gaúcho criou várias oportunidades de gol.
Primeiro, logo a um minuto do segundo tempo, Mário Sérgio deixou Paulo César Magalhães na frente de
Stein, mas seu chute demorou e deu tempo para que
a defesa conseguisse aliviar a escanteio; aos quatro, Osvaldo lançou Tarciso, que também demorou e permitiu que Jakobs tocasse a escanteio; aos oito, China estava no rebote, na meia-lua, para acertar um chute muito forte, que passou raspando a trave direita de Stein; aos 11, Renato driblou Schroeder e foi derrubado por trás, na área, num pênalti que o juiz francês não marcou.
O problema é que o Hamburgo ainda tinha forças para reagir e, com freqüentes bolas altas sobre a área do Grêmio, criava diversas dificuldades para a defesa gaúcha que resistiu como pôde, até com alguns erros, consertados pelo companheiro mais próximo. Aos 41 minutos, em mais uma bola alta, Schroeder acabou recebendo sozinho na área pequena, tendo tempo para o domínio e para o giro de pé direito — o 1 x 1 tirava o título que o Grêmio já merecia naquele momento.
Prorrogação
Os dois times estavam visivelmente cansados na prorrogação e esperava-se um
jogo lento até porque ninguém tinha muita
condição física para correr muito. Mas o gol de Renato logo aos três minutos mudou a situação e a partida foi disputada velozmente, com uma garra e uma disposição inesperada para duas equipes que estavam esgotadas. Os alemães utilizara a mesma bola alta do tempo regulamentar, mas desta vez o Grêmio resistiu bem e conquistou o título mais importante de sua história e do futebol gaúcho.
Ficha do jogo
GRÊMIO
Mazaropi; Paulo Roberto, Baidek, De León e Paulo Cézar; China, Osvaldo (Bonamigo), Paulo César Lima (Caio) e Mário Sérgio, Renato e Tarciso. Técnico: Valdir Espinosa
HAMBUURGO
Stein; Wehemeyer, Jacobs, Hieronymus e Schröeder; Groh, Rolf, Harttwig e Magath; Hansen e Wuttke. Técnico: Ernst Happel
Arbitragem: Michel Vautrot (França) auxiliado por Toshikazu Sano e Shizukharu
Nakanichi
Local: Estádio Nacional de Tóquio, no Japão.
Gols: Renato (G),
aos 38 minutos do primeiro tempo, Schröeder (H), aos 41 minutos do segundo tempo e Renato (G), aos três minutos do primeiro tempo da prorrogação.