Depois de um período de forte alta, os preços do petróleo devem entrar em um ciclo de queda que irá se manter no médio prazo. A projeção é da Tendências Consultoria, para quem os preços devem ser pressionados por um aumento na produção e na queda de demanda por derivados de petróleo.

Nos últimos dias, as cotações registraram queda no mercado internacional. Na quinta-feira, dia 17, os contratos para agosto do petróleo intermediário do Texas (EUA) fecharam com baixa de 3,94%, a US$ 129,29.

– O mercado começa a ficar mais equilibrado e há ainda um final de ciclo e afrouxamento na política monetária norte-americana que deve pelo menos estancar a desvalorização da moeda (dólar) – disse o consultor da Tendências Walter Vitto, em entrevista ao Agribusiness Online, nesta sexta-feira, dia 18.

De qualquer forma, ainda que um pouco menores, as cotações deverão se manter em patamares elevados. De acordo com a Tendências, a média anual de 2008 deve ficar entre US$ 115 e US$ 120 dólares o barril.

Geopolítica do petróleo

Walter Vitto disse ainda acreditar que ainda há muitas reservas de petróleo em vários lugares do mundo. Especialmente as de exploração mais difícil, entre as quais cita as descobertas recentemente no Brasil.

Segundo o consultor da Tendências, é provável que o próprio Brasil, além de países africanos, conquiste mais espaço no mercado global. Mesmo assim, os países do Oriente Médio devem se manter na liderança do setor pelos próximos cinco ou dez anos.

– O Brasil vai se destacar no mercado, mas a médio e longo prazo. Não dá para imaginar que comece a explorar reservas que estão sendo encontradas em menos de dez anos. Deve ampliar a produção e passar a ser um exportador importante de petróleo a partir de 15 anos.