| 09/07/2008 17h03min
Entre cinco e oito anos, o Centro-Oeste deve se tornar o maior produtor de grãos do Brasil. A previsão é do gerente de Levantamento e Avaliação de Safras da Conab, Eledon Oliveira. Ele lembra que nas três últimas décadas a produção nesta região saltou de 4,2 milhões para 49,3 milhões de toneladas, com aumento médio de 1,5 milhão de toneladas por safra.
Foram 1.157% de crescimento no período, enquanto a região Sul, maior produtora do país, cresceu 278%. O Centro-Oeste é líder nacional no cultivo de algodão, girassol, soja e sorgo e o segundo maior produtor de milho. Os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, além do Distrito Federal, formam o segundo centro de produção do Brasil.
Na safra 1977/1978, a região era a penúltima produtora, à frente apenas do Norte.
Segundo Oliveira, o desenvolvimento de novas técnicas de correção do solo, investimentos em armazenagem e a abertura de estradas foram os principais responsáveis pelo crescimento. O
clima também contribuiu para que a
colheita atual da região central fosse dez vezes maior que há 30 anos, disse ele, uma vez que as oscilações de temperatura não costumam ser tão bruscas no Centro-Oeste quanto em outras localidades.
– A região é menos suscetível que o Sul e o Sudeste às estiagens e fenômenos climáticos como o La Niña – explica Oliveira.
Atualmente a área plantada na região é de 15,1 milhões de hectares, pouco mais de três vezes que a quantidade de terras semeadas no final dos anos 70. Os preços atrativos das commodities agrícolas nos últimos anos têm contribuído para a substituição de pastos por lavouras. Só nas últimas cinco safras houve uma expansão de cerca de 750 mil hectares, sobretudo em áreas de pastagens.
CONAB