| 03/07/2008 20h33min
Produtores de uva e vinho levaram às ruas de Porto Alegre (RS) nesta quinta-feira, dia 3, as principais reivindicações como o combate ao contrabando e a carga tributária. Apesar do tempo chuvoso na Capital gaúcha, mais de mil pessoas ligadas ao setor vitivinícola participaram da manifestação.
Com cartazes, vitivinicultores protestaram contra o peso da carga tributária para o setor. A cotação do dólar também é mais um obstáculo para a comercialização da bebida nacional.
– O dólar baixo favorece muito mais a importação e a cadeia de distribuição. Supermercados e lojas têm mais vantagens em comprar os vinhos importados do que nacionais – disse o diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho, Carlos Paviani.
De um parque, o grupo seguiu até a sede da superintendência do Ministério da Agricultura. No prédio, os organizadores do protesto entregaram um documento com os pedidos do setor como o combate ao contrabando. A pauta também inclui a regulagem do estoque de vinho, além de medidas protecionistas ao produto brasileiro em relação ao importado.
– Eu penso que a solução dos produtores de vinho se dará da mesma forma que tivermos com o problema do arroz, do trigo, da soja e do milho. Nós precisamos fazer com que o vinho também caminhe para uma solução de mercado e que haja um consumo maior não só nacionalmente, mas a nível de exportação – afirmou o superintendente federal da Agricultura no Estado, Francisco Signor.
Até o fim do mês, representantes do setor esperam ser recebidos pelo presidente Lula em Brasília. O movimento não descarta novos protestos para forçar o atendimento das reivindicações.
– Se o governo não nos atender, estamos dispostos a fazer mais mobilizações. Podemos trancar a fronteira, fazer protestos em São Paulo, Santa Catarina e em qualquer parte do país – adiantou Olir Schiavenin, coordenador da Comissão Interestadual da Uva.
Doze Estados brasileiros plantam uva, o que representa 1,2 bilhão de quilos da fruta por ano. Metade vai para a produção de bebidas. Por isso, outro motivo de apreensão dos produtores é a legislação que proíbe os motoristas de consumirem álcool. O empresário Eurico Benedetti acredita que deveria haver tolerância ao vinho.
– O vinho é uma bebida milenar e bíblica e foi jogada na vala comum como co-responsável de tudo o que acontece no excesso do consumo de álcool. Mas nós sabemos que o vinho, acima de tudo, é um complemento alimentar – justificou.
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