| 25/06/2008 16h23min
A visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará à Venezuela nesta sexta-feira, dia 27, durará cerca de cinco horas e estará centrada em assuntos de cooperação energética e sul-americana, informaram nesta quarta, dia 25, fontes oficiais do Palácio do Planalto. Conforme o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, serão revisadas as relações bilaterais nas áreas industrial, agrícola, educacional e energética, além de assuntos vinculados ao Mercosul, ao qual a Venezuela está em processo de adesão.
No plano energético, que, segundo o porta-voz, será um assunto dominante na reunião, será assinado um acordo para a ampliação da interconexão elétrica binacional, que foi inaugurada em 1999 entre Roraima e Bolívar, na Venezuela.
Baumbach informou que os dois governantes "passarão em revista" a negociação da Petrobras para a compra de gás natural da Petróleos de Venezuela S/A (PDVSA), e que serão discutidos detalhes pendentes sobre a Refinaria Abreu e Lima, construída em Pernambuco. Lula e Chávez estiveram nas obras da refinaria em março, durante uma visita do presidente venezuelano ao Brasil.
O projeto foi apresentado inicialmente como uma operação conjunta da Petrobras e da PDVSA, mas ambas as empresas têm pendente ainda a assinatura do estatuto social da companhia que operará a refinaria, assim como o acordo de acionistas, entre outros assuntos.
Além disso, Lula e Chávez discutirão o futuro da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), constituída em maio passado em Brasília, e a proposta brasileira para a criação de um Conselho de Defesa Sul-americano, que está sendo debatida nesse novo organismo.
Também estará na agenda o drama dos reféns em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), sobre o que Baumbach reiterou que o Brasil está disposto a colaborar, sempre e quando houver um pedido expresso do governo colombiano.
Na breve reunião, Lula e Chávez também passarão em revista temas do Mercosul, cuja próxima cúpula ocorrerá no dia 1º de julho em Tucumán, na Argentina.
Sobre a entrada da Venezuela ao Mercosul como membro pleno, Baumbach lembrou que a fase "técnica" das negociações está temporariamente estagnada, devido a que o país ainda não entregou listas de produtos que entrarão em um programa de redução tarifária progressiva.
"O presidente Chávez já deu a entender que a negociação técnica prosseguirá", disse Baumbach, que acrescentou que os obstáculos políticos para a entrada da Venezuela ao Mercosul foram sendo superados. Como prova disso, citou a aprovação da adesão da Venezuela ao bloco na Câmara dos Deputados, no fim do ano passado.
AGÊNCIA EFE