| 23/06/2008 16h09min
Pesquisa da Embrapa aponta que as regras do Ministério do Meio Ambiente para manejo de florestas precisam ser revistas. O estudo mostra que as normas desconsideram a diversidade das espécies, o que, segundo a empresa, representa um risco para a biodiversidade.
Durante oito anos, pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental estudaram os impactos que a exploração causava no bioma. Eles escolheram sete espécies das árvores mais procuradas pela indústria madeireira – Jatobá, Tatajuba, Andiroba, Anani, Parapará, Cumaru e Maçaramduba. Após análises laboratoriais na unidade Recursos Genéticos da empresa , em Brasília (DF), os cientistas confirmaram suas suspeitas.
– Já conseguimos mostrar, com estudos ecológicos e genéticos, que essas espécies têm comportamentos diferentes e que precisam de estratégias mais específicas de manejo de acordo com as suas características – explicou Vânia Azevedo, pesquisadora do Cenargem.
A lei estabelece prazo de 30 anos para que árvores de todas as espécies sejam cortadas novamente dentro do processo de manejo sustentável. Mas, com o auxilio de um programa de computador, a pesquisadora – encarregada de estudar a Maçaramduba – concluiu que essa recuperação demora, pelo menos, 140 anos.
A análise mostrou também que o fluxo de pólen na floresta é restrito, o que significa que, com o corte da floresta, se uma árvore ficar longe da outra pode não haver regeneração. Agora, com essas informações, a Embrapa pretende formar uma parceria com o Serviço Florestal Brasileiro. A intenção, segundo Vânia, é fornecer subsídios para que sejam revistas regras de manejo e recuperação de florestas.
– Hoje a Embrapa visa a um novo projeto de manejo florestal, que possa ter uma discussão mais intensa com o próprio serviço florestal, definidor dessas políticas públicas – concluiu a pesquisadora.
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