| 16/06/2008 19h29min
O bioma amazônico deverá ser uma das áreas de restrição total para expansão da cana-de-açúcar, que serão definidas pelo zoneamento agroecológico da cultura. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, dia 16, pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que anunciou para 31 de julho a apresentação do mapeamento.
– Como princípio inicial, a Amazônia está fora – afirmou Stephanes, após participar de reunião para discutir o zoneamento.
No entanto, disse ele, o acordo final sobre a possibilidade de utilização de áreas de floresta para plantio de cana-de-açúcar será “uma decisão de governo”, e não só do ministério.
O zoneamento agroecológico definirá em que áreas a cana-de-açúcar poderá ser produzida. O mapa valerá apenas para expansão da cultura, sem afetar os atuais produtores.
O Ministério da Agricultura já concluiu o mapeamento das áreas aptas a produzir cana-de-açúcar, o das áreas proibidas, como unidades de conservação e reservas indígenas, e o das áreas degradas e de pastagem, que, de acordo com Stephanes, serão utilizadas preferencialmente. Somente na região Centro-Oeste foram identificados mais de 50 milhões de hectares de áreas aptas.
– Falta definir os critérios para estabelecer outras áreas de restrição. Por exemplo, se o bioma amazônico será todo ou não-todo [restrito], definir eventuais exceções – afirmou.
Atualmente, a produção de cana-de-açúcar no bioma amazônico (que não inclui Estados como Mato Grosso e Maranhão, que fazem parte da Amazônia Legal) está restrita a poucos núcleos – cerca de cinco – segundo Stephanes, entre eles áreas de usinas já desativadas no Amazonas e no Acre.
O ministro ressaltou que outras culturas poderão ser substituídas pela da cana-de-açúcar “se o planejamento envolver essa necessidade”.
Após a apresentação em julho, o zoneamento da cana-de-açúcar vai ser entregue ao governo. Depois de finalizada pelo Executivo, a proposta deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional.
AGÊNCIA BRASIL
Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, durante reunião com técnicos do ministério sobre o zoneamento agrícola da cana-de-açúcar
Foto:
Fabio Rodrigues Pozzebom, Agência Brasil