O superintendente técnico da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Ricardo Cotta, afirmou, nesta quarta-feira, dia 11, que a alta dos fertilizantes será percebida pelo produtores, de fato, na próxima safra. Ele lembrou que os adubos são os principais responsáveis pelo aumento nos custos de produção, que compromete a renda mesmo com os preços dos produtos agrícolas pressionados para cima.

- (a alta nos fertilizantes) Não foi ainda sentida nesta safra, que está em fase final de colheita. Vai ser quando os produtores forem fazer aquisições para a próxima safra. Sem dúvida, o produtor fará muitas contas para saber como fica exatamente a rentabilidade - disse ele, em entrevista ao Mercado e Companhia.

Atualmente, o Brasil importa mais de 70% do total de fertilizantes usado nas lavouras. Ricardo Cotta afirmou que a situação é grave, mas ressaltou que a deficiência na oferta não será resolvida de imediato. O diretor da CNA chamou a atenção também para a necessidade de mudanças na legislação.

- Temos uma legislação antiquada no Brasil, que, de certa forma, permitiu que várias jazidas não fossem exploradas. Muitas empresas “sentaram” em cima dessas minas, não explorando-as, o que garantiu uma certa reserva de mercado para algumas empresas de matérias-primas de fertilizantes.

Como os investimentos, além de altos, levam tempo para darem retorno, Ricardo Cotta avaliou que os preços dos fertilizantes devem ser manter altos por mais dois ou três anos. De imediato, segundo o diretor da CNA, o que o governo pode fazer para ajudar é reduzir a carga de impostos sobre os insumos.

- Zerar impostos de importação de matérias-primas e de fertilizantes acabados, acabar com o anti-dumping sobre o nitrato de amônia e acabar, em definitivo, com esse absurdo, que é a cobrança de Adicional de Frete da Marinha Mercante.