O presidente da Bolívia, Evo Morales, advertiu nesse domingo, dia 18, as empresas estrangeiras a realizarem os investimentos previstos na indústria do gás natural ou então se arriscarem a perder o acesso às suas ricas jazidas.

Morales disse que seu governo preparou um ultimato à brasileira Petrobras, à espanhola Repsol-YPF, à britânica BP e outras multinacionais que trabalham na Bolívia.

– Eu pedi aos meus ministros que preparem um decreto que dará às companhias um ultimato para que invistam. Se não fizerem nas regiões onde a prospecção indicou existirem petróleo e gás, em determinado período de tempo, nós tomaremos de volta essas jazidas, que serão entregues à Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (a estatal YPFB, ressuscitada por Morales) – afirmou o presidente boliviano em discurso na cidade de Punata, na Bolívia central.

O dirigente disse que a YPFB é capaz de realizar qualquer investimento nessas jazidas, mesmo tendo de utilizar crédito para os projetos. Mas não explicou de onde virá o financiamento para investir.

Neste ano, o governo boliviano destina US$ 876 milhões em investimentos ao petróleo e gás, em grande parte em campos já existentes, em vez do desenvolvimento de novos campos de extração, que o país precisa para suprir seus famintos vizinhos por energia, a Argentina e o Brasil.

No começo de maio, a YPFB tomou o controle majoritário das subsidiárias bolivianas da BP e da Repsol-YPF, bem com do gasoduto da Transredes, uma subsidiária da americana Ashomore Energy, com sede em Houston. Morales também anunciou os planos da YPFB para comprar a distribuidora CLBH, controlada por capitais alemães e peruanos.

 

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