| 15/05/2008 09h49min
A ONU reduziu nesta quinta-feira, dia 15, para 1,8% a previsão para o crescimento econômico do mundo em 2008, por conta da persistente crise financeira dos principais mercados e a drástica alta dos preços de produtos como o petróleo.
Segundo economistas da ONU, tais motivos levaram a economia global “à beira de uma grave queda”. A afirmação foi feita na atualização semianual do relatório Situação e Perspectivas para a Economia Mundial 2008, modificando a previsão de janeiro, que era de 3,4%.
O relatório atribui a notável revisão ao aprofundamento nos últimos meses da crise dos principais mercados financeiros dos EUA, à perda de valor do dólar frente a outras moedas e ao drástico aumento dos preços de produtos como o petróleo e os alimentos.
O tamanho dessa queda dependerá dos resultados dos estímulos fiscais e monetários iniciados pelas autoridades americanas, que continua sendo "a primeira locomotiva da economia global" e cujas dificuldades nos mercados imobiliários e financeiros "provocaram" essa desaceleração global, diz o documento.
Diante de um cenário incerto, o relatório coloca duas perspectivas de crescimento em sua previsão oficial de 1,8% para 2008.
A otimista prevê um crescimento de 2,8% no fechamento de 2008 e 2,9% para 2009; enquanto a pessimista reduz os números para 0,8% e 1,4%, respectivamente.
Por regiões, a previsão é de que a economia dos EUA tenha um crescimento negativo de 0,2% em 2008 e no ano seguinte cresça 0,2%.
Os países da Europa Ocidental veriam limitado seu crescimento no final do ano para 1,1% e 1,2%, em 2009; enquanto os números para o Japão seriam respectivamente 0,9% e 1,2%.
A tendência de alta das economias da América Latina e do Caribe nos últimos três anos sofrerá uma desaceleração em 2008, indo para 3,1% contra 5,7%, de 2007; e reduzirão ainda mais, em 2009, ao crescer apenas 2,6%.
Em geral, as chamadas economias de transição experimentarão uma redução de dois pontos em seu crescimento em 2008, o que o levaria para 6,4%, e perderiam mais três décimos em 2009, até chegar aos 6,1%.
O relatório também adverte que o forte aumento dos preços dos alimentos e da energia agrava a situação da economia mundial, além de representar uma ameaça humanitária e para a estabilidade social.
Essas altas são o "maior fator" na aceleração da inflação global, que o relatório assegura que aumentará para 3,7% e complicará as tentativas de estimular o crescimento.
AGÊNCIA EFE