| 14/05/2008 08h06min
A falta de um padrão nas variedades de trigo cultivadas no Brasil dificulta a formação de característica específica para o grão colhido. O chefe-geral da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha, avalia que a adoção de medidas ajudaria a reverter o atual quadro:
– O trigo brasileiro precisa ter uma identidade. Assim como tem o produto argentino, o canadense. Falta esta característica. Além disso, outro complicador é a irregularidade no volume de produção – afirma Cunha.
Entre as reclamações e dúvidas sobre o cultivo do grão no país - que produz apenas 40% do cereal que consome - , o futuro da produção tritícola esteve em pauta no Fórum Nacional do Trigo, nessa terça-feira, dia 13, em Sarandi, no norte do Rio Grande do Sul.
Para este ano, a previsão é de que sejam plantados 2,4 milhões de hectares no país, com produção de 4,6 milhões de toneladas, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O produtor rural Armi Forest, 76 anos, cultiva 120 hectares de lavoura em Sarandi há mais de 50 anos. O tempo de experiência com a cultura dá a ele condições para falar com segurança sobre o assunto. É categórico quando questionado sobre as vantagens de se produzir trigo:
– Financeiramente, é um péssimo negócio. Planto para manter o solo limpo e pelo costume.
O grande desafio de Forest e dos demais produtores têm sido a instabilidade dos preços e o alto custo dos defensivos usados na lavoura.
ZERO HORA