| 09/05/2008 04h53min
Pode-se dizer que surtiram efeito as reclamações da vizinhança. As fotos das bases utilizadas para disparar os fogos, que amanheceram intactas em frente ao hotel onde ficou hospedado o Sport antes de enfrentar o Inter, na quarta-feira, funcionaram como denúncia. Quase escárnio. Para as próximas vezes, a Brigada Militar (BM) decidiu não apenas policiar as imediações, mas infiltrar homens à paisana nas redondezas em dias de jogos decisivos.
Tudo para impedir a ação criminosa dos torcedores. Na véspera da partida, torcedores explodiram foguetes durante toda a noite, perturbando o sono dos jogadores do Sport e dos moradores, que já não suportam mais a barulheira. De acordo com o major Alberto Grillo, coordenador do Centro Integrado de Operações da Segurança Pública, o número 190 da BM recebeu queixas às 2h20min do Hotel Holiday Inn (na Avenida Carlos Gomes) e às 4h49min de um vizinho. Grillo admite, entretanto, que podem ter ocorrido mais reclamações, que teriam sido condensadas e lançadas
no sistema
nestes dois chamados.
— Nas duas vezes, mandamos viaturas até o local. Mas quando chegamos, não havia mais ninguém — justificou Grillo, responsável pelo 190.
O problema é este. Os vândalos não estouram fogos e ficam esperando sentados a BM chegar. Eles armam as baterias - com até 36 foguetes, conforme foto publicada por ZH - , as colocam dentro do carro, largam perto do hotel e fogem. Seria preciso mais do que mandar um carro para detê-los. Na decisão da Libertadores, perto do hotel do Boca Juniors, o policiamento foi ostensivo. Ali, a BM chegou a efetuar cinco prisões. Houve casos, inclusive, de foguetes disparados de janelas e coberturas de prédios.
— Vamos começar a colocar gente à paisana. É o jeito. Vai ser difícil, mas vamos tentar — promete o major Arakem Petry Rodrigues, comandante do 11º BPM, responsável pela área do Holiday Inn.
O Inter também promete agir. A garantira é do vice de Administração, Décio Hartmann: se a
polícia identificar fogueteiros e eles forem
sócios, é caso para expulsão. Hartmann classificou o foguetório como desrespeito com a comunidade.
— De repente, se o infrator souber que não entrará mais no Beira-Rio, podemos criar formas de inibição, ao menos — defende Hartmann.
Ontem, no site de vídeos YouTube, na internet, era possível ver os vídeos dos torcedores em ação, explodindo os fogos. Na seção de comentários, os pernambucanos prometiam revide.
— É burrice. Tem o jogo da volta. Vamos sofrer o problema em dobro lá em Recife — lamenta Hartmann.